Ministra das Relações Institucionais pede que Congresso tome medidas contra deputado, que está nos Estados Unidos buscando sanções contra o governo brasileiro
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, acusou nesta terça-feira (29/7) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de cometer crime de “lesa-pátria” ao atuar nos Estados Unidos em defesa da imposição de sanções contra o Brasil. A declaração foi feita durante a 9ª Mesa Redonda da Sociedade Civil União Europeia–Brasil, realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília.
“Esse [Eduardo Bolsonaro] é o traíra. Comete crime de lesa-pátria. Não tem direito de continuar deputado pelo Brasil. Com certeza, eu espero que o Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados, tome medidas para que esse traíra não possa mais representar nenhuma instituição brasileira”, afirmou Gleisi, que também é presidente nacional do PT.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde março, em licença do cargo de deputado federal. Durante esse período, tem buscado apoio político e diplomático para aplicar sanções ao que classifica como “violadores dos direitos humanos” no Brasil, uma crítica direta ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O tema ganhou força após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar em carta oficial enviada a Lula que, a partir de 1º de agosto, os produtos brasileiros serão taxados em 50% ao entrarem no mercado dos Estados Unidos. Segundo Trump, a decisão foi motivada por uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, atualmente investigado pela Justiça brasileira.
O crime de lesa-pátria é caracterizado por ações que atentem contra a soberania, a integridade ou a segurança nacional do Brasil, podendo incluir colaboração com potências estrangeiras em prejuízo do país.
Gleisi também adiantou que pretende se reunir com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), até o fim da semana. Ela sugeriu que o Legislativo deve se posicionar frente à atuação de Eduardo Bolsonaro, embora Motta ainda não tenha sinalizado qualquer ação nesse sentido.