O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, declarou em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) que foi detido na residência da filha e que possui problemas de saúde, fazendo uso de medicamentos controlados. O militar, contudo, não fez referência ao diagnóstico de Alzheimer.
O oficial, que cumpre pena de 21 anos de prisão determinada pela Primeira Turma da corte, descreve que sofre de diversas enfermidades e segue tratamento com múltiplos remédios. Os advogados solicitaram que o conteúdo da sessão e sua gravação fossem mantidos em sigilo.
Conforme apurado anteriormente, Heleno comunicou ao Exército Brasileiro sobre o diagnóstico de Alzheimer desde 2018. A informação tornou-se pública durante avaliação médica realizada no Comando Militar do Planalto, em Brasília, local onde se encontra preso.
Ao descrever suas condições médicas preexistentes e possíveis lesões corporais, o general afirmou “ser portador de demência de Alzheimer em evolução desde 2018, com perda de memória recente importante, prisão de ventre e hipertensão, em tratamento medicamentoso (polifarmácia)”.
As informações evidenciam que o militar já convivia com a doença durante o exercício do cargo de ministro do GSI ao longo dos quatro anos do governo Bolsonaro, período em que mantinha acompanhamento médico.
Condições da prisão
A Força Armada informa que a rotina dos generais seguirá as normas estabelecidas para a custódia de militares. As celas preparadas pelo Exército localizam-se dentro do Comando Militar do Planalto, dispondo de cama, banheiro e ar-condicionado. Mediante autorização judicial, os detidos poderão ter acesso a televisão e frigobar.
Pela primeira vez na história do país, generais de quatro estrelas são presos por envolvimento em tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma do STF condenou os oficiais por integrarem o “núcleo crucial” de uma organização criminosa voltada a impedir a posse do presidente eleito em 2022.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Heleno e Paulo Sérgio Nogueira participaram do grupo que coordenava ações para a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Entre os crimes atribuídos estão tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, organização criminosa e deterioração de patrimônio tombado.

