Após o cancelamento do visto americano do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na última sexta-feira (26), o governo colombiano entrou em uma crise diplomática marcada por uma série de renúncias e revogações voluntárias de vistos por parte de seus membros.
A decisão dos Estados Unidos foi motivada pela participação de Petro em um protesto pró-Palestina em Nova York. Durante o ato, ele teria incentivado soldados americanos a desobedecer ordens e incitado à violência, segundo o Departamento de Estado. A chancelaria americana classificou sua conduta como “imprudente e incendiária”.
Em resposta solidária, vários membros do alto escalão do governo colombiano abriram mão de seus vistos. Entre eles estão a ministra das Relações Exteriores, Rosa Villavicencio; o secretário jurídico da Presidência, Augusto Ocampo; o ministro da Fazenda, Germán Ávila; a superintendente da Indústria e Comércio, Cielo Rusinque; e o pré-candidato presidencial Daniel Quintero.
Além disso, dois integrantes do governo tiveram seus vistos revogados diretamente pelos EUA: o ministro de Minas e Energia, Edwin Palma, e a diretora do Departamento Administrativo da Presidência (Dapre), Angie Rodríguez. Palma ironizou a medida nas redes sociais, afirmando: “Gaza vale um visto”.
A expectativa é que novas revogações voluntárias ocorram. O ministro do Interior, Armando Benedetti, defendeu que todos os membros do governo deveriam seguir o exemplo, alegando que a decisão americana possui implicações políticas e diplomáticas inaceitáveis no contexto das Nações Unidas.