O encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém – PA, gerou reações na mídia estrangeira, especialmente no sábado (22), data do último dia do evento.
O documento final da conferência, intitulado “Mutirão Global”, composto por oito páginas, não inclui qualquer referência a combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, aspecto amplamente destacado pela imprensa internacional.
O periódico britânico The Guardian caracterizou o desfecho da COP como “um caos”: “No último dia, dezenas de acordos foram aprovados a toque de martelo, enquanto a humanidade, em sua forma mais coletiva, trabalhava para resolver o desafio mais complexo e perigoso que nossa espécie já enfrentou. Foi um caos.”
Entretanto, a publicação do Reino Unido ressalta que “apesar de todas essas falhas, Belém abriu novos caminhos para o debate sobre como reduzir a dependência de produtos petroquímicos e ampliou a participação de grupos indígenas e cientistas”.
O The Washington Post afirmou que muitos aguardavam que as negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, fossem históricas, mas que elas podem acabar sendo lembradas como um “fracasso”.
“Durante anos, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com muitos especialistas em clima, depositaram grandes esperanças nas negociações climáticas da ONU que acabaram de ser concluídas no Brasil”, disse o jornal.
The Economist, por sua vez, declarou que a conferência “terminou com um soluço” e que o texto final de Belém “não faz qualquer menção direta aos combustíveis fósseis”.
A BBC News também informou que a reunião, “em três décadas de encontros que visam forjar um consenso global sobre como prevenir e lidar com o aquecimento global, este ficará marcado como um dos mais controversos”.
Conforme a BBC, diversas nações manifestaram “fúria” pela ausência de “menção aos combustíveis fósseis”.
O texto conclusivo da COP30 amplia o financiamento para países em desenvolvimento que enfrentam os efeitos do aquecimento global, mas omitiu a eliminação progressiva do uso de combustíveis fósseis.
A exclusão dessa referência já era antecipada nos dias anteriores, quando o Brasil apresentou uma minuta que não incluía a redução dos combustíveis — principal fator do aumento da temperatura global.

