Uma área equivalente a 201 campos de futebol, com vegetação nativa do Agreste alagoano, foi encontrada completamente devastada durante uma fiscalização realizada nesta quarta-feira (27). A ação foi conduzida pela equipe Flora da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco) em propriedades rurais localizadas nos municípios de Lagoa da Canoa e São Sebastião.
O desmatamento, identificado a partir de alertas do MapBiomas e da Polícia Federal, incluiu a derrubada de árvores, destruição de habitats de dezenas de espécies e uso de fogo para eliminar os rastros da devastação.
Na primeira propriedade vistoriada, em Lagoa da Canoa, foram registrados cerca de 26 hectares de vegetação destruídos. Moradores vizinhos relataram o impacto direto da ação. Segundo uma moradora, o uso de fogo e, posteriormente, de drones para aplicação de agrotóxicos, afetou a saúde de sua família e destruiu até plantas medicinais cultivadas em seu quintal.
“O vento trazia a fumaça toda pra nossa casa. Depois foi o veneno do drone. E a gente tem criança pequena aqui, tivemos que tirar elas de casa. Até nossas plantas de uso medicinal morreram por causa desse veneno. Essas árvores aí da frente também perderam as folhas”, desabafou, emocionada, a mulher, que preferiu não ser identificada.
As áreas desmatadas foram identificadas por sistemas de monitoramento via satélite utilizados pelo MapBiomas e pela Polícia Federal, que enviaram os alertas para a FPI. A destruição constatada comprometeu o equilíbrio ambiental da região, afetando a fauna e flora locais, incluindo espécies fundamentais para a manutenção do ecossistema.
As autoridades ambientais informaram que os responsáveis serão notificados e poderão responder por crimes ambientais, incluindo o uso irregular de fogo e aplicação de agrotóxicos.
