Na noite desse domingo (2), o Metrópoles teve acesso a um documento oficial que relaciona os nomes dos 115 suspeitos mortos em confronto com a polícia durante a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), realizada na terça-feira (28). Segundo o relatório, dois corpos ainda não foram identificados, pois não há registros papiloscópicos, de arcada dentária ou de DNA que permitam a confirmação das identidades.
Entre os casos citados, chama atenção o de uma jovem conhecida como “Penélope” ou “Japinha do CV”, cujo nome completo ainda não foi divulgado. Ela não consta na lista oficial de mortos, uma vez que o documento inclui apenas homens entre as vítimas registradas na operação.
Na linha de frente
Após a ampla repercussão nas redes sociais da notícia sobre a morte da jovem durante a megaoperação, “Japinha do CV” passou a ser mencionada como uma traficante com posição de destaque na linha de frente da facção criminosa. As publicações atribuíram a ela um papel ativo nas ações do grupo, o que intensificou o debate público sobre sua suposta participação.
De acordo com investigações preliminares, a jovem teria atuado na proteção de rotas de fuga e na defesa de pontos estratégicos de venda de drogas. Uma imagem forte, mostrando um corpo alvejado, passou a circular com legendas que afirmavam se tratar dela. No entanto, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) informou que a identidade da pessoa na foto não foi confirmada oficialmente.
Balanço sobre os identificados
Entre os mortos já identificados na megaoperação, 59 possuíam mandados de prisão em aberto e pelo menos 97 apresentavam histórico criminal relevante. Outros 12 suspeitos exibiam, em suas redes sociais, indícios de envolvimento com o tráfico de drogas. De acordo com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), esses dados indicam que ao menos 109 dos mortos mantinham vínculo direto com a facção criminosa.
Ainda segundo a PCERJ, uma parcela expressiva dos criminosos era oriunda de outros estados — cerca de 54% do total. Entre os 62 identificados de fora do Rio de Janeiro, 19 são do Pará, 12 da Bahia, nove do Amazonas, nove de Goiás, quatro do Ceará, três do Espírito Santo, dois da Paraíba, e um de cada dos seguintes estados: São Paulo, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. Com isso, o levantamento revela a presença de líderes de facções criminosas de 11 unidades da Federação, abrangendo quatro das cinco regiões do país.
A investigação sobre as circunstâncias das mortes segue em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), sob o acompanhamento do Ministério Público. Paralelamente, a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil trabalha para mapear as conexões dos mortos com a facção envolvida na operação.













