A liberação do motorista envolvido no acidente que matou o motociclista Jonatan da Silva, 32, em Cruz das Almas, gerou forte indignação entre familiares da vítima. Jonatan estava acompanhado da esposa quando teve a moto atingida na Avenida Comendador Gustavo Paiva, no último domingo (23). Ele morreu no momento da colisão; a esposa sobreviveu.
A irmã da vítima, Patrícia da Silva, expressou sua revolta após a saída do condutor da delegacia. “Eu quero deixar minha revolta, porque ele [motorista] chegou na delegacia e ficou sentado no banco como se fosse uma vítima. Não deu muito tempo e saiu, foi embora”, afirmou.
Patrícia ainda descreveu a cena do acidente e criticou a postura do motorista ao deixar o local. “Meu irmão não era bandido. Foi morto covardemente pelo motorista, com imprudência no trânsito… Ele não prestou socorro e correu!”, disse. Segundo ela, o motorista teria visto Jonatan “bem dizer, embaixo do carro” e a cunhada caída e ferida, mas não teria ajudado.
O condutor, ao depor à polícia, alegou ter sofrido um mal súbito no momento da batida e afirmou que não permaneceu no local por receio de reação popular. “Ele alegou mal súbito, mas que mal súbito é esse? A pessoa acorda, corre e foge… Para mim isso não é mal súbito. Ele fez porque quis. Meu irmão estava certo, na linha certa”, rebateu Patrícia.
O motorista foi liberado em audiência de custódia e ficou sujeito a medidas cautelares, como comparecimento mensal ao juízo competente, atualização de endereço e telefone, além de restrição para se ausentar da comarca por mais de 15 dias sem informar a Justiça. A eventual quebra dessas condições pode resultar em novas sanções, incluindo prisão preventiva.
Imagens captadas por um totem da Secretaria de Segurança Pública (SSP) registraram o momento do impacto. O vídeo mostra o carro invadindo a pista contrária e colidindo frontalmente com a motocicleta. Segundo a família, Jonatan levava a esposa para um acompanhamento médico no momento do acidente. Ela segue internada no Hospital Geral do Estado.

