Em meio a um clima de tensão e expectativa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10/6) para prestar depoimento no inquérito que investiga uma suposta articulação para anular os resultados das eleições de 2022. Ao ser questionado pela imprensa, Bolsonaro descartou a existência de qualquer tentativa de golpe de Estado, classificando a acusação como mera “hipótese”.
Defesa em vídeo e promessa de longa fala
Bolsonaro adiantou que apresentará entre 11 e 12 vídeos durante seu interrogatório, sem revelar o conteúdo do material. “Se me deixarem, falarei por horas”, declarou, sugerindo que pretende se alongar em sua defesa perante os ministros da Primeira Turma do STF.
Interrogatórios avançam com militares e aliados
Na véspera, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor da Presidência, e o deputado federal Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin) já haviam prestado depoimentos. Nesta terça, a sessão foi retomada com o testemunho do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, um dos investigados no caso.
O julgamento, que reacende o debate sobre os limites entre política e Justiça, segue sob forte vigilância midiática, enquanto Bolsonaro e seus aliados buscam desconstruir a narrativa de um suposto plano antidemocrático. A Corte, no entanto, avança na análise das provas coletadas – incluindo mensagens, reuniões suspeitas e ações pós-eleitorais que, segundo a acusação, indicariam um esforço para manter o ex-presidente no poder.
Enquanto os ministros avaliam os depoimentos, o país aguarda para saber se as alegações de Bolsonaro serão suficientes para desmontar a tese do golpe ou se, pelo contrário, reforçarão as suspeitas que há meses ecoam nos corredores do STF.