Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor da Polícia Federal, foi preso nesta quarta-feira (17) durante uma operação voltada ao combate de uma organização criminosa acusada de corrupção e crimes ambientais.
Nascido em Barbacena (MG), Rodrigo de Melo Teixeira ingressou na Polícia Federal em 1999 e assumiu o cargo de diretor da Polícia Administrativa em 2023, no início do governo Lula. Ele permaneceu na função até o final de 2024.
Rodrigo de Melo Teixeira ocupou cargos importantes ao longo de sua carreira. Foi superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais e, entre 2019 e 2022, atuou como secretário adjunto de Segurança da Prefeitura de Belo Horizonte.
Anteriormente, esteve à frente da Secretaria Adjunta de Defesa Social de Minas Gerais (2015-2016) e presidiu a Fundação Estadual do Meio Ambiente entre 2016 e 2018.
No momento, Rodrigo de Melo Teixeira ocupa o cargo de Diretor de Administração e Finanças do Serviço de Geologia do Brasil (SGB).
De acordo com as investigações, ele teria desempenhado atividades relacionadas a “oculta e ativa no mercado minerário, mediante a utilização de pessoas jurídicas interpostas e articulações com empresários investigados”.
A operação da Polícia Federal tem como alvo principal Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo investigado. Empresário com interesses em diferentes setores, ele também controla uma jazida de minério na Serra do Curral.
As investigações revelaram possíveis “vínculos societários ocultos” entre Rodrigo de Melo Teixeira e empresários da mineração, incluindo Nascimento e outros envolvidos no esquema.
A Polícia Federal deflagrou a operação Fio com o objetivo de desarticular um grupo criminoso suspeito de corromper servidores públicos em órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle ambiental e de mineração, garantindo assim autorizações e licenças ambientais fraudulentas.
Na ação, também foi preso o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, conforme revelou a coluna.
Ao todo, a operação cumpriu 22 mandados de prisão e 79 de busca e apreensão contra os investigados. Diversos servidores públicos da área ambiental também foram afastados, por estarem sob suspeita.
Segundo a Polícia Federal, as atividades criminosas já teriam gerado cerca de R$ 1,5 bilhão, e foram identificados projetos ligados ao grupo com potencial econômico que ultrapassa R$ 18 bilhões.
“A organização criminosa teria atuado para neutralizar a ação do Estado, dificultando as investigações e monitorando autoridades. Além disso, utilizou diversos artifícios para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas”, diz a PF.
Os suspeitos da operação podem ser indiciados por uma série de crimes, incluindo corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, crimes ambientais, usurpação de bens da União e obstrução às investigações de organização criminosa.