Os Estados Unidos enviaram nesta segunda-feira (16) o porta-aviões USS Nimitz ao Oriente Médio, em um movimento que eleva a tensão na região, marcada pelo recente confronto entre Israel e Irã. A informação foi confirmada pelo site Marine Traffic, que monitora embarcações militares ao redor do mundo.
O navio, movido a propulsão nuclear, deixou o Mar do Sul da China e cancelou uma parada previamente agendada no Vietnã para seguir em direção ao Oriente Médio. Além do deslocamento do porta-aviões, mais de 30 aviões-tanque de reabastecimento aéreo da Força Aérea norte-americana decolaram de bases nos Estados Unidos rumo ao leste, atravessando o Atlântico.
Com a chegada do USS Nimitz, os EUA passam a ter dois porta-aviões operando na região. O USS Harry S. Truman já está presente no Oriente Médio desde maio.
A movimentação militar ocorre após as Forças de Defesa de Israel lançarem, na última quinta-feira (12), uma ofensiva preventiva contra o programa nuclear do Irã. O governo israelense vinha, nas últimas semanas, endurecendo o discurso contra o regime iraniano e expressando preocupação com o avanço do programa atômico de Teerã, considerado uma ameaça direta à segurança nacional israelense.
Embora tradicionalmente rivais, o ataque aumentou ainda mais a instabilidade no Oriente Médio e chamou atenção da comunidade internacional. Autoridades norte-americanas, no entanto, afirmam que os recentes deslocamentos são rotineiros ou fazem parte de exercícios da Otan na Europa. O Departamento de Estado negou qualquer envolvimento direto dos EUA nos bombardeios israelenses e reiterou que o apoio a Israel permanece restrito a ações defensivas.
Apesar disso, o presidente Donald Trump, em seu segundo mandato, tem adotado postura mais ativa em relação ao Irã. Na semana passada, o republicano declarou que, dependendo do desenrolar da crise, os EUA poderiam se envolver mais diretamente no conflito.
Em meio às tensões, o Irã sinalizou disposição para retomar as negociações com os Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, afirmou que o país estava pronto para apresentar uma nova proposta durante a sexta rodada de conversas com Washington. Segundo ele, a contraproposta iraniana visava abrir caminho para um possível acordo, apesar de divergências sobre pontos considerados problemáticos na proposta anterior apresentada pelos EUA.
A situação segue em aberto, com diplomatas internacionais acompanhando de perto os desdobramentos e o impacto de possíveis novas movimentações militares na região.