O governo dos Estados Unidos cancelou os vistos da esposa e da filha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A decisão, comunicada na manhã desta sexta-feira (15/8), impede que Thássia Alves e a filha, de 10 anos, entrem em território norte-americano.Segundo documentos enviados pelo Consulado Geral dos EUA em São Paulo, ambas “não estão mais elegíveis” para viajar ao país. Elas permanecem no Brasil e, caso estivessem nos EUA, poderiam ficar apenas pelo período de validade do visto. O documento de Padilha não foi revogado, já que seu visto não está em vigência.
A medida ocorre dois dias após o anúncio de que funcionários públicos brasileiros ligados ao Mais Médicos teriam seus vistos revogados pelo governo norte-americano. A decisão foi divulgada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e atinge também Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador-geral da COP30, além de ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
O Departamento de Estado dos EUA acusa o Brasil de usar a OPAS como intermediária para contratar médicos cubanos sem seguir exigências constitucionais e de driblar sanções impostas a Cuba, desviando pagamentos que seriam destinados diretamente aos profissionais de saúde. O comunicado alega que “dezenas de médicos cubanos” relataram ter sido explorados pelo regime cubano no âmbito do programa.
Mais cedo, os EUA também haviam revogado vistos de autoridades de Cuba, de países africanos e da Granada, em uma retaliação a programas de envio de profissionais de saúde que, segundo Washington, beneficiam financeiramente o governo cubano.Em reação, Padilha usou seu perfil no X (antigo Twitter) para defender o Mais Médicos e criticar a decisão norte-americana.
“O Mais Médicos, assim como o PIX, sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja. O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira. Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman”, escreveu.
O programa Mais Médicos, criado em 2013, tem como objetivo suprir a carência de profissionais em áreas remotas e periferias do Brasil, com participação de médicos brasileiros e estrangeiros, especialmente cubanos.