O governo dos Estados Unidos acusou nesta segunda-feira (18) o ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Diosdado Cabello, de liderar uma “gangue de criminosos brutais” responsável por “destruir o país”. A declaração foi feita pelo subsecretário de Estado americano, Christopher Landau, em publicação na rede social X, e marca mais um capítulo na escalada de tensões entre Washington e Caracas.
Na mensagem, redigida em espanhol, Landau afirmou que Cabello e seus aliados no governo de Nicolás Maduro “assediaram e declararam guerra ao povo da Venezuela”. A fala ocorre três semanas após os EUA elevarem para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado pela Casa Branca de chefiar o grupo criminoso conhecido como Cartel dos Sóis.
Além da elevação da recompensa, Washington anunciou a apreensão de mais de US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro, bem como o bloqueio de contas bancárias em nome de Cabello.
Acusações e contra-ataques
As novas declarações do Departamento de Estado respondem diretamente a acusações feitas por Cabello em seu programa semanal. O ministro venezuelano havia responsabilizado o embaixador americano na Colômbia, John McNamara, por conspirar contra o presidente colombiano, Gustavo Petro, e contra Caracas, supostamente com o aval do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.Em resposta, Landau ironizou as declarações de Cabello.
“É por isso que você e sua gangue de bandidos correm cheios de angústia enquanto eu ando tranquilo: a história mostra como os tiranos acabam”, escreveu o subsecretário.
Cabello, por sua vez, negou envolvimento da Venezuela com o narcotráfico e classificou as acusações americanas como parte de uma “narrativa falsa”. Segundo ele, o território venezuelano estaria livre da produção e distribuição de drogas. Ele também acusou a Agência Antidrogas dos EUA (DEA) de ser o “único cartel de drogas que opera à luz do dia em todo o mundo”, sustentando que a instituição depende diretamente do governo norte-americano.
Escalada diplomática
As sanções e trocas de acusações intensificam a pressão internacional sobre o regime chavista. Durante o governo Donald Trump, a Casa Branca reforçou a estratégia de isolar Maduro, combinando sanções econômicas com acusações criminais. A atual gestão mantém a linha dura, reforçando a ofensiva contra aliados-chave do regime.

