Empresas maceioenses foram alvos de uma operação da Polícia Federal após investigações revelarem uma ‘ampla rede de vínculos’ mantida pelo empresário Mílton Lyra para a pratica de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e tráfico de influência.
De acordo com informações da Procuradoria da República no Distrito Federal, as buscas aconteceram na última quinta-feira, 15, e resultou em uma ofensiva que além de Maceió, também envolveu empresas em São Paulo, Brasília e Recife contra empresas utilizadas pelo lobista para lavagem de dinheiro e ocultação de provas
Batizada de ‘Combustão’, a operação apreendeu laptops, celulares, cartões de memória, documentos e até obras de arte com o objetivo de reunir provas sobre o suposto desvio de mais de R$ 87 milhões do Postalis.
Segundo o Ministério Público Federal, a operação tem como base informações que revelaram a prática reiterada de abertura e encerramento de empresas ligadas a Mílton. Alvo de outras investigações da Procuradoria, Lyra é apontado como líder de organização criminosa e como suposto operador do MDB. A força-tarefa chegou inclusive a pedir sua prisão na Combustão, mas a Justiça negou.
“O objetivo era ocultar e dissimular a natureza, localização e movimentação de valores ilegais recebidos pelos envolvidos. Os recursos eram movimentados de sua origem ilícita, remetidos para o exterior – utilizando para isso a Fênix, que possui off shore na Flórida – e posteriormente enviados aos beneficiários finais”, diz a força-tarefa da Postalis.
Segundo a Procuradoria, as investigações revelaram que Mílton Lyra construiu, ao longo dos anos, ‘ampla rede de vínculos, diretos e indiretos, com pessoas jurídicas, funcionários, sócios e outros parceiros, a fim de obter vantagens por meio de crimes como aqueles contra o Sistema Financeiro Nacional e tráfico de influência’. Os procuradores também apontam que a organização criminosa atua influenciando em decisões de agentes públicos.
A Procuradoria descobriu que o empresário, apesar de ser alvo de medidas restritivas que foram impostas em outros processos, ‘criou novos meios para a continuidade dos crimes, a partir do mecanismo de uso de várias pessoas jurídicas, ligadas a diferentes pessoas físicas’, além de ter passado a utilizar supostamente um storage para guardar documentos que desejava ocultar das autoridades policiais.
Fonte – Extra