Empresários brasileiros afirmam que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou pouco conhecimento sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no país. De acordo com fontes que acompanharam o encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o tema foi praticamente ignorado durante a conversa.
Eduardo Bolsonaro está nos EUA desde fevereiro e tem se apresentado como articulador de uma campanha de pressão contra autoridades brasileiras, em razão da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento do chamado “Plano de Golpe”.
Segundo relatos, Trump limitou-se a dizer que apenas “ouviu falar” que o filho do ex-presidente está morando nos Estados Unidos. Após a reunião, Lula relatou a interlocutores que o encontro foi “o melhor possível” e demonstrou otimismo quanto a avanços nas negociações sobre o chamado tarifaço — medida que eleva impostos sobre produtos brasileiros — nos próximos dias.
Empresários brasileiros têm atuado para fortalecer o diálogo entre os dois governos, tentando aproximar Trump de Lula e esclarecer que o presidente brasileiro não tem influência sobre decisões do Judiciário, o mesmo que o condenou no passado. A expectativa é que representantes dos dois países se reúnam novamente na próxima semana.
Carne e café em destaque
Setores estratégicos para a economia americana também têm alertado Washington sobre os efeitos negativos do tarifaço para o próprio consumidor dos EUA. A JBS, maior produtora de carnes do mundo e de origem brasileira, é um exemplo: a empresa emprega cerca de 70 mil pessoas e mantém 60 fábricas em mais de 30 estados americanos.
Outro ponto sensível é o mercado de café. Dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS) mostram que o café instantâneo foi o produto que mais subiu de preço no varejo nos últimos 12 meses — uma alta de 21,7%.
Esses setores são vistos como peças-chave nas negociações que buscam reduzir tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos.













