O caso envolvendo um líder religioso acusado de abusar sexualmente de diversos menores que frequentavam a Igreja Batista Filadélfia, no Guará (Distrito Federal), pode resultar na incriminação de outras pessoas. A Polícia Civil do DF (PCDF) indica que outras figuras da instituição, incluindo o pai do acusado, teriam agido para ocultar os delitos.
O inquérito é conduzido pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará). A unidade apurou que, em 9 de novembro deste ano, um diácono da igreja classificou os abusos cometidos por Gabriel como um “mal-entendido”. Ele também teria solicitado um “pacto de sigilo” sobre o assunto.
O diácono, que não teve a identidade divulgada, teria afirmado na ocasião que “problemas da igreja se resolvem na igreja, não na polícia”. Para a Polícia Civil, a conduta do religioso configura “clara tentativa de obstrução de justiça”.
O pai do acusado, que também teve seu nome preservado pelas autoridades até o momento, é apontado como outro possível envolvido no acobertamento. Quando os pais de uma vítima procuraram o líder, ele teria dito que os fatos eram “brincadeira” e “ato involuntário”.
A mãe do suspeito também teria confrontado os menores quando estavam longe dos pais, acusando-os de “falso testemunho” e ameaçando processar as vítimas.
A PCDF considera o ex-líder da Igreja Batista Filadélfia um estuprador em série. Conforme o delegado responsável pelas investigações, Herbert Léda, as características dos crimes enquadram o líder evangélico Gabriel Campos como um “serial estuprador”.
“Pelo fato de ele ter cometido mais de quatro estupros de vulnerável, ele já é considerado um serial estuprador”, afirma o delegado. “Assim como no homicídio, quando [um autor] mata mais de três pessoas com o mesmo modus operandi é considerado um serial killer, ele [Gabriel Campos] é considerado um serial estuprador”, explica.

