Em apenas quatro dias, 11 pessoas tiveram suas vidas transformadas por meio da doação de órgãos viabilizada pela Central de Transplantes de Alagoas. Nesse período, foram captados cinco órgãos no Hospital Maceió (HapVida), quatro no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA) e dois no Hospital Geral do Estado (HGE), todos localizados na capital.
Apesar do avanço, o número de pacientes à espera por um transplante continua crescendo. Atualmente, 602 pessoas estão cadastradas na lista, o que evidencia a urgência de ampliar a conscientização da sociedade sobre a importância do ato de doar.
Para que as doações chegassem a quem precisava, uma força-tarefa foi organizada com o apoio da Organização de Procura de Órgãos (OPO). Entre os dias 21 e 24, foram disponibilizados quatro córneas, quatro rins, dois fígados e um coração. Todos os órgãos foram devidamente registrados no Sistema Nacional de Transplantes e destinados aos receptores indicados.
“Mas, tudo isso só foi possível pela generosidade de três famílias para a doação de órgãos. Sem esse ‘sim’, nada teria acontecido. A morte é um momento de tristeza, mas que agora se converte em felicidade a 11 famílias e isso é motivo de orgulho para a família dos doadores. Agradecemos todo o apoio que tivemos dos profissionais nesses três hospitais, que também se dedicaram e permitiram que tudo acontecesse”, afirmou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.
De acordo com o levantamento mais recente, 602 pessoas aguardam por um transplante de órgão em Alagoas. Entre elas, 565 precisam de uma córnea, 25 estão à espera de um rim, sete necessitam de um fígado e outras cinco aguardam por um coração compatível.
A longa espera gera insegurança e sofrimento para pacientes e familiares. O medo da piora da condição de saúde compromete também o bem-estar emocional e as finanças domésticas, já que muitos precisam interromper atividades de trabalho ou arcar com gastos extras no tratamento.
Ainda assim, a esperança se mantém como um alívio. Quando surge a possibilidade concreta de um transplante, o sentimento de angústia dá lugar à expectativa de recomeço, renovando a força de quem luta por dias melhores.
“No Brasil, a retirada dos órgãos é realizada mediante diagnóstico de morte encefálica e autorização da família. Por isso, é importante que as pessoas se declarem doadoras. Sabendo desse posicionamento, nesse momento de profunda dor, a família saberá tomar a melhor decisão, respeitando o desejo do ente querido. E não precisa se preocupar com o processo, o corpo é tratado com muito respeito e os órgãos são destinados unicamente a doadores indicados pelo Sistema Nacional de Transplantes”, pontuou a coordenadora.