Essa semana teve um debate muito intenso no meio político sobre a unificação das eleições. Com a ajuda da IA reuni alguns artigos que achei enriquecedor para o debate e rascunhei um artigo. Espero que gostem.
Unificação das eleições: solução administrativa ou risco para a democracia?
Abaixo, você confere uma análise das possíveis consequências da proposta de unificar as eleições no Brasil — um tema sensível, especialmente para quem trabalha com comunicação política, e que pode parecer, à primeira vista, uma defesa de interesses da própria categoria.
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O Senado aprovou na CCJ a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da reeleição para cargos do Poder Executivo e a unificação das eleições municipais, estaduais e federais, com mandatos de 5 anos para todos os cargos eletivos.
Se, de um lado, o argumento a favor da mudança está calcado na redução de custos e na simplificação do calendário eleitoral, de outro, os impactos na qualidade da democracia e no funcionamento do processo eleitoral geram preocupações legítimas.
É preciso refletir: o que parece um ganho de eficiência pode esconder riscos concretos para a participação cidadã, para o fortalecimento das instituições e para o próprio debate público.
Imagine o eleitor sendo chamado, em um único dia, a escolher nomes para vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente. A quantidade de informações e de decisões concentradas em um único momento tende a gerar confusão, superficialidade no debate e favorecimento de candidaturas de maior apelo midiático ou já conhecidas.
Na prática, isso significa que as pautas locais podem ser engolidas pelas grandes disputas nacionais, que, historicamente, dominam o noticiário e a atenção pública. Com isso, questões como transporte, saneamento, saúde pública municipal e outros temas do cotidiano podem perder espaço no debate eleitoral.
Além disso, do ponto de vista da gestão pública, a troca simultânea de todos os gestores — de prefeitos a presidentes — gera um cenário de possível descontinuidade administrativa, impactando políticas públicas e a execução de projetos de longo prazo.
Para nós, profissionais de marketing político, o debate é ainda mais delicado. Defender a manutenção de calendários separados pode ser interpretado, de maneira simplista, como defesa de interesses corporativos. Mas o ponto é muito mais profundo: trata-se de garantir que o eleitor tenha tempo, espaço e condições para fazer escolhas informadas e conscientes.
Por isso, é fundamental que esse tema não seja tratado apenas como uma questão operacional, de calendário ou de economia de recursos. Estamos falando de algo que afeta diretamente a qualidade da nossa democracia e a própria relação entre eleitores, representantes e governos.
O debate está aberto, e cabe à sociedade civil, às instituições e aos profissionais que atuam na defesa do processo democrático, trazer à tona os riscos, os desafios e as possíveis alternativas para que o sistema eleitoral brasileiro continue cumprindo seu papel de forma robusta, transparente e participativa.
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Opinião Gustavo Moreno
Diante de tudo isso, minha visão pessoal é clara: defendo que as eleições permaneçam intercaladas, mas com um modelo que, ao meu ver, faz mais sentido tanto para o eleitor quanto para a dinâmica da política brasileira. Teríamos uma eleição nacional, destinada a escolher Presidente, Senadores e Deputados Federais, e outra eleição dedicada às instâncias locais e regionais, elegendo Governadores, Deputados Estaduais, Prefeitos e Vereadores.
Dessa forma, o eleitor consegue focar melhor nas pautas e nos desafios de cada esfera — federal, estadual e municipal —, com mais clareza, mais discernimento e mais espaço para o debate qualificado.
E pra você? Continua como está? Concorda com o que está na PEC? Ou tem alguma outra sugestão?