“Ele é imbuído desse sentimento de justiçamento, como se fosse um gari da sociedade.” A afirmação do promotor de Justiça Antônio Vilas Boas sintetiza a forma como o Ministério Público vê Albino dos Santos Lima, conhecido como o “serial killer de Maceió”. Nesta sexta-feira (31), ele responde pelo assassinato de Tâmara Vanessa dos Santos e pela tentativa de homicídio contra duas outras pessoas, crimes ocorridos em junho de 2024, no bairro da Ponta Grossa. Este é o quinto júri popular enfrentado pelo réu.
De acordo com o juiz Yulli Roter Maia, o julgamento deve transcorrer rapidamente, pois o promotor de Justiça dispensou as oitivas das vítimas e das testemunhas. “Nós vamos direto ao interrogatório, isso faz com que o julgamento se acelere e, por volta de meio-dia, ele termine, logo após os debates. As penas estão sendo feitas e depois, na execução, elas são somadas, a fim de que haja o cumprimento dessa execução”, explicou o magistrado.
Albino costumava justificar seus assassinatos alegando que as vítimas tinham envolvimento com o crime, mas as investigações comprovaram que nem Tâmara nem os sobreviventes possuíam qualquer ligação com tráfico de drogas ou prostituição, argumento frequentemente utilizado pelo réu.
O promotor Antônio Vilas Boas afirmou que a acusação seguirá a mesma linha adotada em julgamentos anteriores. “Pelo modus operandi empregado pelo acusado, a tese acusatória vai seguir na trilha da torpeza porque foi praticado o crime e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. O seu algoz, o Albino, sempre utilizando o elemento de surpresa, estudando o comportamento de suas vítimas, seguindo-as pelas redes sociais e, ao cabo, decidindo por ceifar a vida delas, hoje não foge à regra. O modus operandi foi o mesmo, de forma que o Ministério Público convencerá o Conselho de Sentença e que saíamos daqui com ele condenado, como já saímos dos demais crimes”, detalhou.
Cada julgamento é tratado de forma independente, destacou Vilas Boas. “Não podemos misturar as estações. Cada crime é um crime, com suas circunstâncias de modo, tempo e lugar, embora a motivação sempre tenha sido a mesma. Albino Santos, o maior assassino do estado de Alagoas, entende que essas vítimas, a quem ele ceifa a vida, eram uma espécie de câncer, palavras dele, da sociedade. Ele é imbuído desse sentimento de justiçamento, como se fosse um gari da sociedade, querendo limpar ou tirar do convívio social essas pessoas, notadamente jovens, que ele acreditava serem traficantes ou praticantes de outros crimes”, concluiu o promotor.













