O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou que os Estados Unidos podem enviar caças F-35 e navios de guerra ao Brasil para “defender a democracia”, caso não haja eleições consideradas transparentes em 2026. A declaração foi dada ao Metrópoles em meio ao julgamento que resultou na condenação do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Eduardo, que desde março vive nos EUA e condiciona seu retorno à liberdade do pai e ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, disse ver risco de “evolução ao modelo da Venezuela”. Para o parlamentar, em um cenário de consolidação de regime autoritário, a intervenção militar norte-americana seria uma possibilidade.
“Se o regime brasileiro for consolidado […] pode perfeitamente, no futuro, ser necessária a vinda de caças F-35 e de navios de guerra. (…) Eu quero a guerra. Você aceitaria ser escravo para evitar uma guerra?”, declarou Eduardo, citando Winston Churchill.
Além disso, ele voltou a defender sanções contra autoridades brasileiras, lembrando medidas já aplicadas como cassação de vistos e tarifas a produtos nacionais. Segundo o deputado, a Casa Branca de Donald Trump “demonstra disposição em defender as pautas da liberdade”.
Ameaças a Moraes e família
Em meio ao julgamento, Eduardo publicou um vídeo em que ameaça a família de Alexandre de Moraes, relator das ações contra Bolsonaro.
“Moraes, você, a sua mulher, e depois dela, que em breve será sancionada, os seus filhos, eu vou atrás de cada um de vocês”, disse o parlamentar em transmissão com apoiadores no 7 de Setembro.
Nas redes sociais, admitiu ter se “excedido”, mas justificou: “Só um homem agressivo pode ser pacífico, do contrário a única opção é ser cordeiro”.
Repercussão internacional
Eduardo também compartilhou declarações do secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, ligado ao governo Trump, que classificou a condenação de Bolsonaro como “perseguição política” e prometeu “resposta adequada” contra Moraes e outros ministros do STF.
O Itamaraty reagiu por meio das redes sociais:
“Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia.”
A escalada das declarações de Eduardo Bolsonaro acontece enquanto ele enfrenta risco de perder o mandato por faltas consecutivas a sessões da Câmara.