Durante participação na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), realizada em Miami (EUA) no fim de semana, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou estar “100% pronto” para disputar a Presidência da República em 2026. A declaração foi feita antes da nova internação hospitalar de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta problemas gástricos.
Em entrevista ao comunicador bolsonarista Allan dos Santos, considerado foragido da Justiça brasileira, Eduardo indicou que poderá entrar na disputa caso receba uma “missão” do pai, declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030.
“Quando isso acontecer, a gente vai ter a possibilidade de Bolsonaro ser presidente, se candidatar no ano que vem. Mas se ele passar a missão para mim, pode ter certeza de que eu estou 100% pronto para cumpri-la”, afirmou Eduardo.
Críticas ao STF e defesa de sanções
O deputado, um dos principais nomes da ala conservadora do Congresso, condicionou sua eventual candidatura ao que chamou de “libertação das instituições brasileiras das garras de Alexandre de Moraes”, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator de inquéritos que envolvem o ex-presidente e aliados.
Eduardo defendeu que o governo dos Estados Unidos aplique sanções contra Alexandre de Moraes, como forma de “restaurar a liberdade institucional no Brasil”.
“Primeiro a gente tem que sancionar o Moraes, né? Mas eu acho que, saindo a sanção do Moraes, a gente também tem uma boa janela de oportunidade para deixar o Congresso livre e as instituições do Brasil livres para reagir a tudo isso”, disse.
Anistia e estratégia política
Na entrevista, Eduardo também mencionou a articulação em curso no Congresso Nacional para anistiar envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, já há votos suficientes para aprovar a medida, mas a tramitação estaria travada pela atuação de Alexandre de Moraes.
“Dentro do Congresso, você já tem os votos para a anistia ser aprovada. Falta só o Congresso sair das garras do Alexandre de Moraes”, afirmou.
Possível sucessão no bolsonarismo
Com Jair Bolsonaro impedido de concorrer nas próximas eleições, crescem as especulações sobre quem poderá herdar seu capital político em 2026. Além de Eduardo, nomes como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro são frequentemente citados como potenciais candidatos à Presidência pelo campo conservador.
A fala de Eduardo reforça a possibilidade de que a sucessão seja mantida dentro do próprio núcleo familiar, caso não haja reversão da inelegibilidade do ex-presidente.
A eleição presidencial de 2026 tende a ser marcada por uma nova configuração de forças políticas, com a disputa pelo eleitorado conservador em destaque, especialmente se o bolsonarismo seguir com forte presença nas redes e no Congresso.