O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou nesta segunda-feira (01) sobre a possibilidade de a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) ser a candidata do partido à Presidência da República em 2026. Em entrevista ao canal Claudio Dantas, o parlamentar afirmou que Michelle “nunca se abriu para o público politicamente” por meio de um mandato, o que, segundo ele, enfraqueceria sua viabilidade como presidenciável.
“O PL, ao que parece, quer direcionar uma candidatura para o Tarcísio [de Freitas] ou para alguma outra pessoa que não sejam os filhos do Bolsonaro. Na minha visão, isso é um atropelo da opinião pública. Com todo o respeito, ela [Michelle] nunca se abriu para o público politicamente com um mandato”, declarou Eduardo.
Com Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar, aliados cogitam que Michelle possa ocupar o espaço deixado pelo ex-presidente. Pessoas próximas ao casal relatam que Bolsonaro tem se mostrado revoltado com políticos que, segundo ele, tentam se aproveitar de sua situação para herdar seu capital eleitoral.
Pesquisas sem os filhos
Eduardo também revelou que haveria uma orientação interna no PL para que as pesquisas eleitorais sobre 2026 desconsiderem os nomes dele e do irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
“Querem tirar eu, querem tirar o Flávio. É o que eu falo: querem tirar qualquer pessoa que tenha uma identificação maior com esse discurso anti-establishment, ou com um discurso que vá adiante com as bandeiras do Bolsonaro. Querem enterrar o movimento do Bolsonaro”, disse.
Questionado sobre se se vê como um sucessor político do pai, o deputado afirmou acreditar que tem respaldo popular para isso. “A minha ideia não é ser candidato no ano que vem, eu só o farei em caso de necessidade”, completou.
Futuro no PLApesar das divergências, Eduardo declarou que sua preferência é permanecer no Partido Liberal.
“O meu desejo não é sair do PL. O meu desejo é que o PL se consolide como um partido verdadeiramente conservador, de direita, e, por que não dizer, bolsonarista, porque são as bandeiras levantadas pelo Jair Bolsonaro. Mas, a conjectura futura, vamos ter que aguardar as cenas dos próximos capítulos”, afirmou.
Na semana passada, o deputado já havia levantado a possibilidade de sua família deixar a legenda caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, hoje no Republicanos, ingresse no PL — movimento que vem sendo discutido nos bastidores.

