Você sabia que cães e gatos também podem desenvolver diabetes? A doença, caracterizada pelo excesso de glicose no organismo, não afeta apenas seres humanos. Quando diagnosticada precocemente, ela pode ser controlada, permitindo que o animal tenha uma vida saudável e com qualidade.
Em muitos casos, a diabetes em pets está associada à obesidade ou ao uso inadequado de medicamentos como glicocorticoides e progestagênios. A condição costuma atingir com mais frequência animais entre 7 e 9 anos, tornando essa faixa etária um ponto de atenção para tutores.
Outro aspecto importante é que qualquer pet pode desenvolver a doença, independentemente de sexo ou raça. No entanto, as fêmeas apresentam o dobro de chances de serem afetadas, e algumas raças — como poodle mini, samoieda, pug, poodle toy e schnauzer — possuem maior predisposição genética.
Quando observamos as diferenças entre as espécies, percebemos padrões distintos. Nos cães, a forma mais comum da enfermidade se assemelha ao diabetes tipo 1 em humanos, enquanto nos gatos, o quadro costuma ser mais parecido com o tipo 2. Segundo a médica-veterinária Dra. Ana Cláudia Bengezen, ambos os casos envolvem produção insuficiente de insulina e alterações metabólicas importantes.
Para identificar a doença ainda no início, a atenção aos sinais clínicos é fundamental. Sintomas como sede exagerada, perda de peso, aumento do apetite, cansaço, sedentarismo e maior frequência urinária podem indicar o problema. O diagnóstico é feito por exames de urina e glicemia de jejum — sendo que valores entre 55 e 110 mg/dL são considerados normais — e a presença de glicosúria e hiperglicemia confirma o quadro de diabetes.
Como é o tratamento?
Assim como ocorre em humanos, a diabetes em cães e gatos não tem cura, mas isso não significa que o pet não possa viver bem. Com os cuidados adequados, é possível garantir ao animal uma rotina saudável e com boa qualidade de vida.
No manejo da doença, a aplicação de insulina é a base do tratamento tanto para cães quanto para felinos. De acordo com a veterinária Ana Cláudia, esse procedimento apresenta ótimos resultados e deve ser acompanhado pelo monitoramento frequente da glicemia, utilizando aparelhos semelhantes aos usados por pessoas diabéticas.
Além disso, a alimentação precisa ser ajustada às necessidades do animal. Hoje, existem diversas opções de rações terapêuticas específicas para pets diabéticos, assim como alternativas de dieta natural, desde que prescritas por um nutrólogo veterinário para garantir equilíbrio nutricional.
Outra recomendação importante envolve mudanças na rotina do pet. A inclusão de atividades físicas, brincadeiras e estímulos diários contribui para o controle da doença. No caso das fêmeas, a castração é uma medida benéfica, já que a progesterona pode dificultar a ação da insulina.
Por fim, iniciar o tratamento rapidamente é essencial para evitar complicações graves. Sem acompanhamento adequado, o animal pode desenvolver problemas como vômitos, convulsões, respiração acelerada, catarata, fraqueza, pancreatite, dor abdominal, diarreia, perda de peso, aumento do fígado, insuficiência renal, além de infecções bacterianas, cistite e piodermites cutâneas.

