Um relatório com denúncias de moradores de Craíbas, no Agreste de Alagoas, sobre os impactos causados pelas atividades da Mineração Vale Verde será elaborado pela Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e encaminhado a órgãos de controle, com prioridade para instâncias federais.
O anúncio foi feito pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros, propositor da audiência pública realizada na quarta-feira, 24, na Câmara de Vereadores do município. O encontro reuniu parlamentares, autoridades estaduais e federais, além de dezenas de moradores afetados pelas operações da empresa responsável pela Mina Serrote.
Durante a audiência, foram relatados diversos problemas enfrentados pela população vizinha ao empreendimento.
“São várias denúncias muito sérias, graves, como casas rachadas, uma poeira muito grande, adoecendo as pessoas, sem contar com o barulho infernal… Nem sei se o inferno tem tanto barulho, que eu nunca estive lá, nem quero ir, mas as pessoas falam que o barulho é infernal, não só das minas quando explodem, mas também dos caminhões que passam, caminhões gigantes, transportando minérios, dia e noite isso”, afirmou Medeiros.
Além dos danos estruturais e da poluição sonora e do ar, os moradores relataram outros impactos ambientais. “Ainda segundo os relatos, lá tem uma barragem que ninguém sabe se sustenta uma chuva… Estamos pedindo ao IMA e à Semarh para verificar. Passa lá um riacho que desagua no São Francisco e, se a água estiver contaminada, vai contaminar a água que o pessoal bebe, já que o São Francisco fornece água para um monte de gente”, alertou o deputado.
Também foram registrados relatos de tremores no solo e possíveis contaminações em fontes de água próximas à mina. Outro ponto destacado pelos participantes foi a falta de diálogo por parte da mineradora.
“A população diz que a mineradora não escuta ninguém, não faz nada. Pela quantidade de pessoas atingidas, entendemos que dava para eles indenizarem as áreas, porque essas pessoas já moravam lá. A mineradora alega que essas casas estão rachando porque foram mal construídas lá atrás, que o material e o método de construção não foram bons… mas o fato é que antes as casas não rachavam”, afirmou Medeiros.
Além dos deputados Ronaldo Medeiros, Ricardo Nezinho, Fernando Pereira e Silvio Camelo, a audiência contou com a presença de vereadores locais e representantes da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Secretaria de Direitos Humanos, Instituto do Meio Ambiente (IMA), Defensoria Pública do Estado e da União, além do Ministério Público.
Fonte: Jornal Extra