O déficit das contas externas do Brasil alcançou US$ 5,1 bilhões em junho de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Banco Central (BC). O valor representa um aumento em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o saldo negativo foi de US$ 3,4 bilhões.
As contas externas, também conhecidas como transações correntes, incluem a balança comercial (exportações menos importações), serviços, renda enviada ao exterior e transferências unilaterais. Um saldo negativo indica que o país enviou mais dinheiro para o exterior do que recebeu.
No acumulado de 12 meses até junho, o déficit nas transações correntes soma US$ 73,1 bilhões, o equivalente a 2,55% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse resultado está acima do registrado no mesmo período de 2024, que foi de US$ 71,4 bilhões, refletindo o aumento das despesas externas do país.
Os investimentos diretos no país (IDP) também caíram em junho. Foram registrados US$ 2,8 bilhões em aportes estrangeiros, contra US$ 6,3 bilhões no mesmo mês do ano passado. No acumulado de 12 meses até junho, o IDP totalizou US$ 67 bilhões, o que representa 3,14% do PIB, abaixo dos US$ 70,5 bilhões registrados até maio.
Apesar do déficit e da queda nos investimentos, o Brasil viu um aumento nas reservas internacionais, que passaram de US$ 341,4 bilhões em maio para US$ 344,4 bilhões em junho. O crescimento de US$ 3 bilhões foi impulsionado por variações de preços (US$ 1,6 bilhão), mudanças de paridades cambiais (US$ 1,4 bilhão) e receitas de juros (US$ 696 milhões).
Essas reservas são consideradas uma proteção essencial contra crises econômicas e cambiais, permitindo ao país enfrentar turbulências externas com maior segurança.
Segundo o Banco Central, mesmo com a venda de US$ 1 bilhão no mercado à vista, o saldo das reservas se manteve sólido, sinalizando resiliência frente às oscilações do mercado internacional.