O Comitê de Acompanhamento Técnico iniciou, nesta semana, uma nova campanha de monitoramento nas áreas próximas aos bairros afetados pelo afundamento do solo em Maceió. As vistorias fazem parte de um cronograma semestral e têm como objetivo identificar se o fenômeno, provocado pela extração de sal-gema pela Braskem, continua se expandindo para além do perímetro já estabelecido pela Defesa Civil.
Até o momento, mais de 200 imóveis foram inspecionados em seis Áreas de Trabalho (ATs) que fazem limite com o chamado Mapa de Linhas de Ações Prioritárias. Os técnicos avaliam danos estruturais como trincas, rachaduras e afundamentos, buscando semelhanças com os sinais observados nos bairros mais atingidos, entre eles Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol.
De acordo com Hugo Carvalho, membro do comitê, as informações obtidas nas vistorias são comparadas com os dados gerados por equipamentos instalados na região. A previsão é que o trabalho de campo seja concluído até a próxima terça-feira, 3 de junho. Após isso, será elaborado um relatório técnico com imagens, análises detalhadas e eventuais recomendações sobre a necessidade de ampliar o mapa que guia as ações da Defesa Civil.
Mesmo sem a ampliação do mapa, o monitoramento permanece ativo de forma contínua. A região é acompanhada em tempo real por uma rede de equipamentos tecnológicos avançados, incluindo 92 DGPSs, 26 sismógrafos, 13 tiltímetros, 4 inclinômetros, além de piezômetros, pluviômetros e análises por satélite via interferometria. Esses instrumentos permitem rastrear com precisão qualquer movimentação do solo em três dimensões.
Segundo o coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, os equipamentos de monitoramento já demonstraram sua eficácia em situações anteriores. “Foi esse sistema que identificou, por exemplo, a movimentação anormal na Mina 18, em 2023. Com a precisão dos dados, conseguimos agir rapidamente e evitar um agravamento da situação”, afirmou.
O relatório com os resultados do atual ciclo de vistorias será divulgado no final do primeiro semestre de 2025. As inspeções seguirão sendo realizadas regularmente, como parte das ações permanentes de prevenção e segurança para proteger as famílias que ainda residem nas proximidades das áreas afetadas.