A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (4), a convocação do proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro. O colegiado também autorizou a quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático do empresário.
Um dos pedidos de convocação foi apresentado pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). O Banco Master figura entre as instituições financeiras com maior volume de reclamações relacionadas ao crédito consignado.
Antecedentes do caso
A chamada “farra no INSS” ganhou visibilidade em dezembro de 2023 após uma série de reportagens que evidenciaram o crescimento abrupto da arrecadação de associações com descontos irregulares aplicados a beneficiários da Previdência Social, atingindo cerca de R$ 2 bilhões em um ano. Essas entidades respondiam a milhares de ações judiciais por filiações fraudulentas.
As revelações motivaram a abertura de um inquérito pela Polícia Federal e alimentaram investigações da Controladoria-Geral da União (CGU).
A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano, resultou na exoneração do então presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi. No total, 38 reportagens foram citadas pela Polícia Federal (PF) no documento que originou a operação.
Situação atual do banqueiro
Daniel Vorcaro foi preso na Operação Compliance Zero, que investiga uma suposta fraude bilionária envolvendo carteiras de crédito negociadas pelo Banco Master. Permaneceu detido por 12 dias e foi liberado por decisão judicial, passando a cumprir medidas cautelares com o uso de tornozeleira eletrônica.
Na quarta-feira (3), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinou o deslocamento do caso para a Corte, em razão da possível participação de pessoas com foro por prerrogativa de função.

