A Corregedoria-geral da Câmara dos Deputados recomendou, nesta sexta-feira (19), punições para parlamentares que impediram uma sessão e se sentaram à mesa do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante o motim ocorrido há mais de um mês. As representações foram enviadas à Mesa Diretora e serão encaminhadas ao Conselho de Ética.
O corregedor-geral, Diego Coronel (PSD-BA), sugeriu três meses de suspensão para Marcos Pollon (PL-MS) — um mês por se recusar a sair da cadeira de Hugo Motta e dois por ofender o presidente. Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC) podem ser afastados por 30 dias. Outros 11 deputados, incluindo Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Bia Kicis (PL-DF) e Marco Feliciano (PL-SP), podem receber censura escrita, equivalente a advertência.
O motim foi motivado pela tentativa de pressionar pela votação do chamado “pacote da paz”, apresentado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que inclui o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes e PEC que acaba com o foro privilegiado. A desobstrução da Mesa Diretora foi negociada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com líderes do Centrão e da oposição, sob a condição de pautar a anistia.