A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão, além da perda do mandato, por participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a parlamentar, sua cidadania italiana a tornaria “intocável” na Europa, dificultando um eventual pedido de extradição.
“Como tenho cidadania italiana, eu sou intocável na Itália. Não há o que ele [ministro Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar de onde sou cidadã. Estou muito tranquila em relação a isso”, afirmou Zambelli em entrevista à CNN.
Apesar de ter declarado que está na Europa, apurações apontam que a deputada está, na verdade, nos Estados Unidos, informação confirmada pela coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles. Zambelli afirmou que viajou para realizar um tratamento de saúde, mas negou que se trate de depressão. “Tenho psiquiatra e psicólogo no Brasil, inclusive já me deram relatórios para usar nos processos judiciais. Minha intenção era ficar no Brasil, mas percebo que não temos mais justiça no nosso país”, disse.
Mais cedo, em entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, Zambelli afirmou que está fora do país “há alguns dias” e que pretende pedir afastamento não remunerado do mandato, seguindo o exemplo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também se licenciou para permanecer nos Estados Unidos.
A deputada voltou a criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a retenção de seu passaporte diplomático no ano passado, classificando a medida como “ilegítima”. Apesar disso, seu passaporte foi liberado pelo STF, e ela não possui restrições legais para viajar durante a fase de recursos.
Zambelli declarou ainda que pretende se estabelecer na Europa e “denunciar o que chama de ditadura no Brasil” em tribunais internacionais. “Vou me basear na Europa. Não é um abandono do país, muito pelo contrário. É resistir. Vou denunciar em todas as Cortes possíveis na Europa”, afirmou.
O Supremo Tribunal Federal ainda aguarda os trâmites dos recursos apresentados pela defesa da parlamentar.