
Foi com muita comoção que familiares, amigos e colegas de farda se despediram, na manhã desta segunda-feira (9), do sargento aposentado Altamir Moura Galvão de Lima, de 61 anos, conhecido como sargento Galvão. O sepultamento aconteceu no Cemitério São José, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, e reuniu dezenas de pessoas consternadas com a tragédia que tirou a vida do militar.
O sargento foi assassinado no último sábado (7), após ser sequestrado e mantido refém pelo major da reserva da Polícia Militar de Alagoas, Pedro Silva, de 58 anos, durante um surto psicótico. O crime foi cometido na residência da família, localizada no bairro do Prado, também na capital alagoana.Além de Galvão, o filho do major, Pierre Victor Pereira Silva, de apenas 10 anos, também foi morto durante o episódio.
De acordo com informações da polícia, Pedro Silva fez cinco pessoas reféns, entre elas, seu ex-cunhado (Galvão), a ex-esposa, dois sobrinhos e a ex-sogra. A ex-sogra e uma das crianças foram liberadas ainda durante o início da crise. A ex-mulher conseguiu se trancar em um dos cômodos da casa, escapando da abordagem direta.
As demais vítimas permaneceram sob ameaça até a chegada do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). Antes da intervenção, o major matou o sargento e o próprio filho. Durante a operação de resgate, Pedro Silva foi baleado pelas forças de segurança e não resistiu aos ferimentos.
Histórico de violência
A tragédia se tornou ainda mais estarrecedora após a revelação de que Pedro Silva já havia sido preso em 10 de maio, no município de Palmeira dos Índios, por agredir a esposa e ameaçar familiares. Mesmo sob custódia, ele fugiu do quartel da PM durante o fim de semana e seguiu até a residência da família, onde cometeu os assassinatos.
Despedida emocionada
Durante o velório, que antecedeu o sepultamento, o clima era de dor e incredulidade. Colegas de profissão prestaram homenagens ao sargento Galvão, que era conhecido no meio militar pelo comportamento pacífico e conciliador.
“Meu pai era um homem de paz, muito amigável. Não gostava de confusão”, declarou Arrison Luan Galvão, filho da vítima, em entrevista à TV Pajuçara.