A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) divulgou, nesta quinta-feira (13), detalhes sobre a prisão do homem investigado pela morte de Luana Cabral, de 27 anos, localizada sem vida em sua residência no Trapiche da Barra no dia 9 de outubro. O principal suspeito, ex-companheiro da vítima, é acusado de reiteradas violações a medida protetiva que o impedia de se aproximar dela.
Segundo o delegado Gilson Rêgo, trata-se de um “indivíduo extremamente ciumento, possessivo e obcecado pela vítima”. Desde a ocorrência do crime, as investigações colheram depoimentos de testemunhas e pessoas próximas a Luana.
Embora negue a autoria do homicídio, o suspeito – preso no Jacintinho, onde reside com outra companheira – teve material genético identificado no local do crime. O homem já responde a processo anterior por tentativa de feminicídio contra a mulher com quem convive e com quem tem dois filhos.
“Temos um conjunto incontestável de elementos que mostram que ele é o assassino. Além do DNA encontrado nas unhas da vítima, na blusa que estava envolvendo o pescoço dela e em um copo que estava na cozinha, existem os depoimentos de testemunhas que relataram ter visto ele no condomínio em que ela morava no dia do crime. Todas as pessoas ouvidas, sejam vizinhos, parentes ou amigos de Luana, apontaram esse indivíduo como sendo o principal suspeito do crime”, explicou o delegado.
Rêgo acrescentou que na data do assassinato, o suspeito – que atua como mototaxista por aplicativo – não acessou o sistema, repetindo o comportamento no dia seguinte, quando o corpo foi descoberto. “Ou seja, ele não trabalhou nesses dias, e isso é muito suspeito”, disse o delegado.
O corpo de Luana foi localizado no interior da residência, apresentando hematomas e vestígios de sufocamento com peça de roupa. A ausência de arrombamento na porta residencial levantou desde o início a hipótese de autoria por pessoa com acesso ao imóvel.
“Durante o levantamento feito na cena do crime, os peritos também encontraram vestígios de que tinha ocorrido luta corporal. A vítima usava unhas postiças e havia pedaços dessas unhas espalhados no local do crime. Todas as pessoas ouvidas relataram que Luana tinha um relacionamento abusivo com o suspeito, que conhecia há cerca de três anos. Entre muitas idas e vindas, ela chegou a registrar dois boletins de ocorrência contra ele e havia uma medida protetiva determinando o afastamento dele da residência dela, o que o suspeito vinha descumprindo reiteradamente”, pontuou o delegado, completando que o homem mantinha relacionamento com duas mulheres, Luana e a esposa com quem morava junto com os filhos.
Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, a polícia localizou relógio pertencente a Luana, subtraído após o feminicídio, reforçando as evidências contra o investigado. O homem preso responderá judicialmente pela acusação de feminicídio.

