O caso de Laura McPherson, 35 anos, chamou atenção na Justiça britânica por revelar a dimensão de um engano mantido por mais de quatro anos. A britânica fez o namorado, Jon Leonard, 44, acreditar que ela enfrentava um câncer terminal — e se aproveitou da situação emocional para obter dinheiro e presentes de alto valor.
A estratégia envolveu produção de imagens em camas de hospital e uso de roupas com mensagens de “apoio ao câncer de mama”, reforçando a mentira de que teria passado por uma “mastectomia” e precisava de implante de silicone. O tribunal descreveu o plano como “cruel e calculado”.
Ao longo do período, Jon pagou cerca de 25 mil libras (cerca de R$ 178 mil) em despesas que acreditava serem tratamentos contra a doença. Em um gesto movido pela esperança da “cura”, ele chegou a comprar um Rolex de 30 mil libras (aproximadamente R$ 214 mil) para presentear a companheira.
A narrativa criada por Laura envolvia múltiplos cânceres — mama, colo do útero, ovário e intestino — e atingiu até a própria filha, que passou anos acreditando que a mãe estava morrendo.
O relacionamento, iniciado em 2017, chegou ao limite em 2022, quando Jon começou a questionar detalhes da doença. A reação inicial de Laura foi acusá-lo de ser “controlador”, numa tentativa de manter o ciclo de manipulação.
O caso foi parar no tribunal de Derby, onde o juiz Jonathan Straw classificou a acusada como “mentirosa perversa e desonesta”. A sentença determinou que Laura devolva cerca de R$ 220 mil ao ex-namorado, cumpra dois anos de ordem comunitária e siga toque de recolher entre 19h e 6h, de quarta a domingo. Ela também deve usar tornozeleira eletrônica e terá 30 dias de acompanhamento com a condicional.
Mesmo sem pena de prisão, a decisão reconhece o dano emocional e financeiro causado por uma mentira mantida por quase um lustro. Jon, ao final, resumiu o impacto do episódio: “Finalmente acabou. Foram oito anos e meio desafiadores. Ela nunca teve câncer, e agora sabemos que vinha inventando histórias desde o ensino médio. Ela nunca mostrou remorso. Foi uma pessoa manipuladora até o fim.”













