Após os registros de intoxicação por metanol em São Paulo, o estado de Pernambuco também confirmou três casos suspeitos. Os pacientes, todos homens, foram atendidos no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Dois deles morreram, enquanto o terceiro sobreviveu, mas perdeu totalmente a visão como consequência.
Assim que os casos foram notificados, a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) deu início a fiscalizações em distribuidoras de bebidas alcoólicas. Paralelamente, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) se prepara para divulgar orientações voltadas à população e às vigilâncias municipais, com foco na prevenção de novos casos.
A intoxicação por metanol é perigosa e de difícil identificação nos estágios iniciais. Os sintomas iniciais costumam ser confundidos com os efeitos do álcool comum, como náuseas, vômitos, dor abdominal e sonolência. No entanto, entre 6 e 24 horas após o consumo, podem surgir manifestações graves, incluindo cegueira, convulsões, coma e até morte.
Em resposta ao risco sanitário, a Apevisa está reforçando os protocolos junto aos serviços de saúde. A recomendação é para que qualquer caso suspeito seja imediatamente notificado ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs/PE).
Além disso, profissionais de saúde devem investigar se há outras pessoas que possam ter consumido bebidas da mesma procedência dos casos suspeitos. O objetivo é conter o avanço da intoxicação e evitar novos óbitos ou sequelas graves.
Casos em São Paulo
Três bares localizados na Região Metropolitana de São Paulo foram interditados pela Vigilância Sanitária durante ações de fiscalização realizadas entre os dias 29 e 30 de setembro. As operações ocorrem em meio às investigações sobre casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas.
O estado de São Paulo já contabiliza 22 casos suspeitos de intoxicação pela substância. Destes, sete foram confirmados como resultado direto da ingestão de metanol, e cinco mortes estão sob investigação — uma delas já confirmada como decorrente do consumo da substância tóxica, enquanto as demais seguem em análise.
Além da interdição de bares, outras ações de fiscalização também ocorreram. No bairro do Planalto Paulista, na zona sul da capital, um minimercado foi alvo de vistoria e teve mais de 40 garrafas de bebidas apreendidas, incluindo whisky, gin e vodca.
O proprietário do estabelecimento foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos sobre a origem e a comercialização das bebidas encontradas no local. As autoridades seguem intensificando as investigações e inspeções para evitar novos casos de intoxicação.
Com a gravidade da situação, órgãos de saúde reforçam o alerta à população sobre o consumo de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa e prometem ampliar as ações de fiscalização nos próximos dias.