O STF entrou no circuito das emendas parlamentares. O ministro Flávio Dino determinou que a Controladoria-Geral da União investigue todos os repasses feitos à Associação Moriá entre 2022 e 2024. A medida amplia o alcance do escrutínio sobre o destino das verbas.
Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, que discute a destinação de emendas parlamentares, o ministro Flávio Dino determinou prioridade na análise de repasses ligados a convênios com o Ministério da Saúde.
A decisão ocorre após revelação do Metrópoles, em julho, de que parlamentares do Distrito Federal destinaram R$ 53,3 milhões, entre 2022 e 2023, à Associação Moriá, entidade comandada por um ex-cabo do Exército, um motorista e uma esteticista.
O programa que consumiu R$ 46 milhões em emendas parlamentares da Moriá tinha como objetivo ensinar adolescentes a jogar títulos populares de e-sports, como Free Fire, Valorant e League of Legends.
A proposta, porém, entrou na mira da Polícia Federal: no mesmo mês, dirigentes da entidade e empresas parceiras foram investigados na Operação Korban.
Entre 2023 e 2024, convênios firmados pelo Ministério do Esporte com a Associação Moriá passaram a ser alvo de suspeitas. O alerta veio após a Controladoria-Geral da União (CGU) identificar indícios de problemas na execução dos Jogos Estudantis Digitais (Jedis), realizados no Distrito Federal e no Espírito Santo.
O levantamento da CGU apontou sinais de direcionamento irregular em subcontratações, possível conluio entre empresas terceirizadas e até o uso de companhias de fachada para prestar serviços vinculados ao projeto.