A sucessão ao Senado por Alagoas em 2026 segue envolta em incertezas e movimentações nos bastidores. A principal incógnita gira em torno do prefeito de Maceió, JHC (PL), que ainda não definiu publicamente seu projeto político para o próximo pleito.
Sua hesitação tem alimentado especulações e criado um vácuo estratégico, deixando aliados e adversários em compasso de espera — entre eles, o deputado federal e ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP), que já demonstra impaciência.
Mesmo diante de riscos políticos, Lira estaria decidido a disputar uma das vagas ao Senado, mesmo sem uma composição clara com Davi Davino Filho ou Alfredo Gaspar.
O parlamentar avalia que, com sua sólida base no interior, pode enfrentar a disputa — embora reconheça que, sem o apoio de JHC na capital, a missão se torna mais difícil.
Nos bastidores, comenta-se que JHC estaria prestes a deixar o PL, legenda ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, para se filiar ao PSB, que deverá ser presidido nacionalmente pelo prefeito do Recife, João Campos. A troca de partido indicaria um reposicionamento político do gestor, mirando apoio para 2026.
Diante da demora de JHC em definir seu futuro político, Arthur Lira optou por concentrar esforços no interior do estado, deixando as articulações em Maceió para um momento mais oportuno. Paralelamente, tenta garantir um segundo voto entre os eleitores, estratégia crucial para se eleger senador.
No entanto, essa ofensiva encontra resistência. O MDB, liderado pelo senador Renan Calheiros, articula para isolar Lira, orientando seus aliados a evitarem alianças com o deputado. A sigla busca assegurar ao menos uma das duas cadeiras ao Senado, com Renan como nome forte na disputa.
A avaliação entre os aliados de Lira é que ele aposta alto: caso erre o cálculo, poderá colocar em risco o próprio mandato. A definição de JHC, que segue como peça-chave nesse tabuleiro, deve influenciar diretamente os rumos da eleição e os acordos entre os principais grupos de poder em Alagoas.
Fonte: Jornal Extra