Um mês após o desaparecimento e morte do empresário Adalberto Amarilio Júnior, a Polícia Civil de São Paulo ainda não conseguiu identificar os responsáveis pelo crime. O corpo da vítima foi encontrado dentro de um buraco no Autódromo de Interlagos, Zona Sul da capital, onde havia ido para participar de um festival de motos.
As últimas imagens registradas por câmeras de segurança mostram Adalberto caminhando pelo estacionamento do autódromo no dia 30 de maio, data em que desapareceu. O corpo foi localizado por um funcionário no dia 3 de junho, e o caso segue sendo tratado como homicídio pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Entre as linhas de investigação, a polícia analisa a possibilidade de envolvimento de seguranças do evento. No entanto, até o momento, nenhum dos profissionais que trabalharam no local foi apontado formalmente como suspeito do assassinato.
De um total de aproximadamente 150 seguranças contratados para atuar no festival, 18 já prestaram depoimento. Os investigadores continuam colhendo informações para tentar esclarecer o crime e identificar os autores.
A falta de respostas após semanas de apuração tem gerado cobranças e tensão entre familiares e amigos da vítima, que aguardam por justiça e esclarecimentos sobre as circunstâncias do assassinato.
Empresário foi asfixiado
Entre as linhas de investigação, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) considera a possibilidade de que o corpo de Adalberto tenha sido colocado intencionalmente no buraco onde foi encontrado. A estrutura tinha cerca de 3 metros de profundidade por 70 centímetros de diâmetro, e o empresário foi localizado sem calça e sem os tênis.
Adalberto Amarilio Júnior, de 35 anos, era casado e proprietário de uma rede de óticas. Um laudo elaborado pela Polícia Técnico-Científica confirmou que ele sofreu uma morte violenta por asfixia, o que reforça a suspeita de homicídio.
De acordo com os investigadores, ainda não está claro se a asfixia foi provocada por esganadura ou por compressão torácica. Marcas no pescoço da vítima levantam a possibilidade de que ele tenha sido estrangulado por alguém, embora também exista a hipótese de que a morte tenha ocorrido por pressão sobre o tórax, possivelmente por meio do uso de um joelho.
A polícia trabalha com a suspeita de que Adalberto tenha sido agredido antes de morrer, e uma das principais dúvidas da investigação é se ele já estava sem vida ao ser colocado no buraco ou se foi jogado ali ainda com sinais vitais.
Enquanto as análises seguem em andamento, os investigadores buscam esclarecer os detalhes do crime, incluindo a dinâmica da agressão e a identificação de possíveis autores, o que poderá definir o rumo da investigação nos próximos dias.
Sangue do empresário
O laudo de DNA realizado no sangue encontrado dentro do carro de Adalberto Amarilio Júnior confirmou que o material genético é, em grande parte, do próprio empresário. No entanto, também foi identificado um perfil genético feminino na amostra, cujo exame para identificação ainda está em andamento.
Para tentar esclarecer a origem do segundo DNA, a polícia solicitou a comparação com o material genético da esposa de Adalberto. A intenção é verificar se ela pode ser a pessoa relacionada ao vestígio encontrado no veículo.
Outro elemento importante na investigação é o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que está analisando os resíduos presentes sob as unhas da vítima. Esse material pode fornecer indícios de contato com o agressor, o que ajudaria na identificação do autor do crime.
Além dos exames laboratoriais, os investigadores estão examinando imagens de nove câmeras de segurança instaladas no autódromo e arredores. As gravações de cinco dias estão sendo analisadas na tentativa de traçar os últimos passos de Adalberto antes da sua morte.
Um croqui em 3D também está sendo preparado com base nos depoimentos já colhidos. A reconstituição será feita com o auxílio da técnica de espelhamento, permitindo aos peritos mapear o percurso entre o evento, o estacionamento e o buraco da obra onde o corpo foi encontrado. Esse trabalho será complementado por um laudo do Instituto de Criminalística (IC), que detalhará as condições do local.