A escritora, roteirista, dramaturga e publicitária Ana Maria Gonçalves foi eleita, nessa quinta-feira (10), para ocupar a cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL), anteriormente pertencente ao linguista Evanildo Bechara. Com a vitória, ela se torna a primeira mulher negra a integrar os quadros da instituição, que completa 128 anos em julho.
Natural de Ibiá, em Minas Gerais, Ana Maria Gonçalves tem 55 anos e é autora de obras importantes da literatura brasileira contemporânea, entre elas o romance Um defeito de cor. A obra, que narra a trajetória de uma menina africana escravizada ainda na infância e sua jornada de volta ao continente de origem, recebeu diversos prêmios e foi destaque no enredo da Portela no Carnaval de 2024.
A eleição foi decidida em votação entre os membros da ABL, e Ana Maria recebeu 30 votos. A segunda colocada foi a escritora Eliane Potiguara. Outros nomes também concorriam à vaga, incluindo Ruy da Penha Lobo, Célia Prado, João Calazans Filho e Martinho Ramalho de Melo, entre outros.
Em entrevista antes do desfile da Portela, Ana Maria descreveu sua obra como a representação da luta do povo negro no Brasil, personificada em uma mulher que resiste para manter viva sua identidade. “É a história de uma mãe, heroína, filha de África, que pariu a liberdade dessa nação”, declarou.