A economia do Alto Sertão de Alagoas é fortemente movimentada pela agricultura familiar e pela pecuária. Apesar das condições do clima semiárido, a região responde por 30% da produção de cabras no estado, além de apresentar significativa produção de leite e mandioca.
Segundo o Mapa de Agropecuária do governo estadual, o bom desempenho dos municípios sertanejos se deve à adaptação ao clima, com suporte do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Entre as ações implementadas estão a ampliação da irrigação via Canal do Sertão, a instalação de cisternas, o programa Garantia-Safra, mutirões de documentação para inclusão social e a distribuição de alevinos para piscicultura.
Nos municípios que compõem a região — Água Branca, Mata Grande, Canapi, Olho d’Água do Casado, Delmiro Gouveia, Pariconha, Inhapi e Piranhas — o Mapa da Agricultura revela diversidade de produtos agrícolas. Juntas, essas cidades criam mais de 21 mil caprinos, produzem quase 32 milhões de litros de leite de vaca e mais de 8 mil toneladas de mandioca, além de frutas e hortaliças como tomate, alface, cenoura, melão, banana, manga, maracujá e melancia, atendendo ao consumo local e regional.
Para aprimorar as atividades e enfrentar desafios, a superintendência do MDA em Alagoas realiza, de agosto a outubro, as Conferências Territoriais de Desenvolvimento Sustentável e Solidário. Nesta sexta-feira (22), o encontro será em Viçosa, no Centro de Educação Especial Cônego Pimentel, das 8h às 17h, reunindo agricultores familiares, quilombolas, indígenas e demais pessoas do campo para debater suas demandas com gestores públicos.
As propostas levantadas nas conferências territoriais serão encaminhadas à Conferência Estadual em novembro e, posteriormente, ao evento nacional em março do próximo ano. De acordo com o superintendente Gilberto Coutinho, “essas conferências vão resultar em um conjunto de ideias e no levantamento das principais demandas da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável, que servirão de base para a criação de políticas públicas efetivas”.
Além das discussões sobre políticas, há projetos voltados à educação no campo com foco em ciências agrárias e ambientais, ampliação do acesso a tecnologias de produção sustentável, criação de núcleos de implementação de políticas públicas nos territórios e parcerias com universidades para incluir o curso de agroecologia nos campi.