O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, rebateu nessa terça-feira (9) a declaração da Casa Branca de que Donald Trump estaria disposto a usar “meios militares” para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, em referência a uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Sem citar nomes, Messias afirmou que “falsos patriotas” incitam animosidade do Brasil com países aliados e atuam para favorecer intervenções estrangeiras no sistema de Justiça nacional. Para ele, tais pessoas são “verdadeiros traidores da pátria”.
“O Brasil é um país pacífico, um país do diálogo, do respeito e da solidariedade. Os falsos patriotas que incitam a animosidade de nosso país com nações das quais somos historicamente aliados e gestionam por intervenções estrangeiras em nosso sistema de Justiça são verdadeiros traidores da pátria”, disse o chefe da AGU, que completou: “Aos que clamam por golpe, responderemos com a lei. Aos que pedem o arbítrio, seguiremos com nossa Constituição”.
Mais cedo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), também reagiu à fala da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. Segundo Gleisi, a manifestação seria resultado de uma “conspiração” da família Bolsonaro nos Estados Unidos para pressionar por sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras. “Não bastam as tarifas contra nossas exportações, as sanções ilegais contra ministros do governo, do STF e suas famílias, agora ameaçam invadir o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. Isso é totalmente inadmissível”, escreveu a ministra nas redes sociais.
A polêmica surgiu quando, questionada por jornalistas sobre o julgamento de Bolsonaro, Leavitt declarou que o governo Trump considera prioridade a defesa da liberdade de expressão e que o presidente americano “não tem medo de usar o poder econômico ou militar dos Estados Unidos da América” para garanti-la em todo o mundo.