Um vídeo compartilhado nesse fim de semana, que mostrou as condições estruturais do viaduto da Avenida Governador Afrânio Lages, a conhecida Leste-Oeste, preocupou os maceioenses. Afinal, os problemas vistos na parte de baixo do viaduto podem causar desmoronamento?
A equipe de reportagem do programa Balanço Geral Alagoas, da TV Pajuçara, esteve no local na manhã desta segunda-feira (10) e flagrou as ferragens corroídas e expostas, assim como a queda de água causada por infiltrações.
O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), ao tomar conhecimento da deterioração do local, logo recomendou a suspensão temporária da passagem de veículos pesados na parte de cima do viaduto, ou seja, na Avenida Fernandes Lima, um dos principais corredores de veículos da capital.
Já a Prefeitura de Maceió informou que, ao avaliar a situação do viaduto, verificou que não há constatação de risco de desabamento e afirmou que já vem tomando as medidas de reparos, como a recuperação da ferragem e a impermeabilização do revestimento afetado.
“Tem que fazer uma recuperação geral”, diz presidente do Ibape
Em entrevista à TV Pajuçara, o presidente do Ibape, Marcelo Daniel, destacou que a prefeitura agiu com um paliativo, porém é importante realizar uma obra mais completa para eliminar os riscos. “Nós tivemos na semana passada e verificamos o estado que estava o viaduto, na parte inferior. A ferragem estava mais séria, mais exposta. Nesse fim de semana, a Seminfra fez o início de recuperação, um paliativo, enquanto não se faz um trabalho mais completo”, disse.
“A recomendação quanto às cargas pesadas subindo a Fernandes Lima é importante, porque o que está sendo feito é apenas um paliativo, como disse, mas não é um reforço estrutural. Tem que fazer uma recuperação geral. Essa injeção de concreto, cobrindo o que está aparente, é apenas provisório. Tem que fazer a recuperação geral, uma obra grande, e acredito que tem que fazer uma licitação, para dar a segurança necessária que precisa esse viaduto que tem um tráfego muito forte”, acrescentou Marcelo Daniel.
O presidente do Ibape destacou que a recomendação não é suspender o tráfego de veículos na região, mas tomar uma medida em relação aos veículos com cargas pesadas. “Eu nunca recomendei a suspensão do tráfego, de maneira geral, tanto na Leste-Oeste quanto na Fernandes Lima. É uma recomendação para veículos de cargas pesadas porque pode trazer um problema mais sério. Hoje nós temos formas de recuperar um viaduto desse sem atrapalhar o tráfego da Leste-Oeste. E a Fernandes Lima não precisa interromper, apenas a recomendação sobre os veículos de carga pesada enquanto não se recupera totalmente”, destacou.
Por fim, o engenheiro civil explicou que a medida inicial tem que ser a interrupção da infiltração. “Uma das coisas que precisa interromper é a infiltração. Não adianta jogar concreto para cobrir a ferragem, se você não interrompe a infiltração. Tem que fazer um trabalho na parte superior, desviando as águas para que não caiam e infiltrem na parte do concreto”.
O que disse a Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informou que já realiza os reparos no local e que iniciou os estudos necessários para solucionar a situação de recuperação da estrutura do viaduto. O órgão também disse que, no momento, não há risco de desabamento.
O secretário municipal de infraestrutura, Rodrigo Cunha, acompanhou os trabalhos da equipe na última noite. “Estou acompanhando de perto o trabalho da equipe da Prefeitura de Maceió, buscando de maneira preventiva trazer segurança para todos que passam pela região. Fizemos toda uma avaliação na semana passada e agora estamos com a mão na massa, começando às 21h e indo até às 4h. Preocupado também com a mobilidade da cidade, e com essa via que é essencial para o trânsito de um lado para o outro”, destacou.
Leia a nota da Seminfra:
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informa que já vem realizando reparos em estruturas semelhantes na capital, tendo concluído intervenções em cinco pontos. No caso específico, a Seminfra já deu início aos estudos necessários e aos trâmites burocráticos para a recuperação da estrutura.
O órgão esclarece que não foi constatado risco de desabamento. As ações de reparo envolvem a recuperação da ferragem exposta e corroída, bem como a impermeabilização do revestimento afetado.
A Seminfra continuará acompanhando de perto o processo para garantir a segurança e a integridade da estrutura.
Fonte: TNH1
