O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, sugeriu uma trégua temporária entre Rússia e Ucrânia e a troca de prisioneiros como forma de aliviar o conflito em curso. A proposta foi apresentada na última quarta-feira (11) ao presidente russo, Vladimir Putin, e também ao líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. No entanto, Zelensky rejeitou a sugestão, mantendo a postura firme contra concessões antes de uma retirada total das tropas russas.
“Um primeiro passo para a paz”
Durante entrevista ao canal norte-americano CBS, Mike Waltz, congressista republicano e aliado próximo de Orbán, comentou a iniciativa do primeiro-ministro húngaro. “Devemos cessar as hostilidades. Enxergamos o cessar-fogo como um primeiro passo para a paz”, afirmou Waltz ao defender a trégua proposta.
Orbán, conhecido por sua posição ambígua em relação à guerra, mantém laços estreitos com o governo russo, mesmo diante das críticas ocidentais. Ao mesmo tempo, o líder húngaro continua buscando se projetar como uma figura capaz de mediar o conflito, apesar da resistência de Kiev.
Relações com Trump e figuras influentes
A proposta de Orbán surge após uma série de encontros estratégicos. Recentemente, o primeiro-ministro se reuniu com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Mar-a-Lago, na Flórida. O encontro contou com a presença de figuras importantes, como o congressista Mike Waltz e o empresário Elon Musk.
Orbán e Trump têm mantido um relacionamento próximo, compartilhando visões semelhantes em questões como nacionalismo e oposição a intervenções militares prolongadas. Observadores avaliam que a reunião buscou consolidar alianças no cenário internacional em um momento em que a guerra na Ucrânia permanece como uma das principais crises globais.
Impasses na guerra e reações internacionais
Embora a trégua natalina tenha sido vista por alguns como uma oportunidade para um avanço diplomático, especialistas alertam que um cessar-fogo temporário poderia favorecer a Rússia, permitindo ao Kremlin reorganizar suas tropas e consolidar territórios ocupados. Por isso, a Ucrânia mantém a posição de que negociações só podem ocorrer após a retirada completa das forças russas.
Enquanto isso, a proposta de Orbán reforça sua tentativa de se posicionar como um intermediário no conflito, mas também evidencia os desafios diplomáticos enfrentados por líderes europeus que buscam alternativas para encerrar a guerra sem comprometer os interesses de Kiev ou do Ocidente.