Uma pesquisa realizada pela Serasa em parceria com o instituto Opinion Box revelou dados preocupantes sobre a relação entre inadimplência e apostas no Brasil. O estudo, que entrevistou 4.463 consumidores de diversas regiões do país, mostra que 29% dos inadimplentes apostam com o objetivo de ganhar dinheiro rapidamente, seja para quitar dívidas ou realizar compras essenciais.
De acordo com a pesquisa “Bets e inadimplentes: A relação dos inadimplentes com apostas no Brasil”, realizada entre os dias 12 e 18 de outubro, 46% dos entrevistados admitiram já ter apostado pelo menos uma vez. Além da busca por dinheiro rápido, outros motivos apontados foram a tentativa de obter uma renda extra (27%) e, em menor proporção, o desejo de se divertir (18%).
O especialista em educação financeira da Serasa, Thiago Ramos, aponta que os resultados refletem a falta de educação financeira na vida de muitos brasileiros, um tema pouco abordado nas escolas e até mesmo nas famílias. “A educação financeira ainda é um tabu, e muitas pessoas, principalmente as que enfrentam dificuldades financeiras, acabam buscando soluções rápidas, como as apostas, em vez de uma abordagem mais estruturada para resolver seus problemas financeiros”, explica Ramos.
O estudo também trouxe dados preocupantes sobre os riscos associados às apostas. Cerca de 28% dos entrevistados afirmaram não temer o vício nas apostas, o que pode resultar em grandes perdas financeiras. Além disso, apenas 7% dos consumidores consideram as apostas como uma verdadeira solução para mudar de vida, o que evidencia um possível desespero por uma mudança rápida de situação econômica.
A pesquisa, que teve uma margem de erro de 1,4 ponto porcentual e intervalo de confiança de 95%, levanta importantes reflexões sobre o comportamento financeiro da população brasileira, especialmente daqueles que enfrentam dificuldades em honrar suas dívidas. A falta de uma educação financeira sólida e a busca por soluções imediatas, como as apostas, podem agravar ainda mais a situação de inadimplência no país.
