O Brasil iniciou a vacinação contra o novo coronavírus nos grupos de risco para agravamento da covid-19. O primeiro lote dos imunizantes para Alagoas só deve chegar às 20 horas desta segunda-feira, 18, para distribuição aos municípios. São 71.080 doses da Coronavac, aprovada para uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) neste domingo (17), o suficiente apenas para vacinar 35 mil pessoas, com duas doses em intervalo de 14 dias, entre profissionais da saúde, idosos que estão em asilos e indígenas.
A vacinação, conforme informa o governador Renan Filho, será iniciada amanhã (19), às 8 horas e ao contrário do que ocorrerá em outros estados, todos os municípios alagoanos vão receber as doses. Alagoas registra 111 mil casos confirmados de coronavírus com 2.620, óbitos pela covid-19. O governador Renan Filho esteve presente à cerimônia de entrega dos imunizantes pelo Ministério da Saúde.
Em Alagoas, de acordo com dados do Portal Brasileiro de Dados Abertos, há seis etnias indígenas, divididas em comunidades por todo o estado e que receberão as vacinas : Xukuru Kariri, Jeripancó, Tinguí Botó, Kariri Xocó, Karapató e os Wassu Cocal. Em relação aos profissionais da Saúde, 34% serão vacinados.
Os nove estados do Nordeste vão receber, no total, 1.200.560 doses da Coronavac. Em nível mundial, o Brasil é 52º país a iniciar a vacinação, uma posição considerada tardia pelos cientistas, graças à gestão marcada por erros, vacilos e disputa política. São Paulo foi o primeiro estado a vacinar, ontem, contra o vírus que já matou 209 mil brasileiros.
Continuidade
Embora o país inicie ainda hoje a campanha de vacinação contra a Covid-19, a expectativa é de que o processo tenha início bem devagar no país. O presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou que as 6 milhões de doses da Coronavac disponíveis para aplicação devem acabar rápido e não há data para reposição do estoque.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Carlos Lula lembra que as doses devem durar menos de uma semana. Ele destaca que essas doses vão vacinar “bem pouquinho” da população, cerca de 3 milhões, uma vez que cada pessoa recebe duas doses.
O problema, segundo ele, é que não há expectativa sobre quando os estados vão receber uma nova remessa de doses e isso gera preocupação. “Temos a esperança de receber mais 2 milhões de doses da vacina de Oxford, mas ainda não temos data”, enfatiza.
Há ainda a previsão de mais 4 milhões de doses da Coronavac, mas essas unidades produzidas em território nacional ainda não têm autorização da Anvisapara uso emergencial. O Instituto Butantan, responsável pela vacina, deve dar entrada no pedido ainda esta semana.
Renan Filho confirmou que não há previsão para receber os outros lotes porque a Anvisa ainda não aprovou a distribuição da vacina produzida de forma doméstica, ou seja no Butantã, apenas as que foram importadas da China. Entretanto, disse que a a expectativa é que nos próximos meses sejam distribuídas 130 milhões de doses.
Fonte – Extra
