A Rússia e a China assumiram uma postura crítica em relação aos Estados Unidos durante uma sessão de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizada nesta terça-feira (23), para debater o aumento das tensões em torno da Venezuela. As duas nações acusaram o governo norte-americano de desrespeitar o direito internacional, estabelecer um bloqueio marítimo ilegal e intervir em questões internas do país.
Representando a China, o enviado Geng Shuang afirmou que Pequim rejeita “firmemente a todos os atos de unilateralismo e intimidação” praticados pelos Estados Unidos. De acordo com ele, a soberania venezuelana deve ser preservada. “Todos os países devem defender sua dignidade soberana. Somos contra qualquer medida que viole os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas”, declarou.
Shuang também ressaltou a relevância de uma carta recente enviada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e afirmou que, como um país independente, a Venezuela tem o direito de estabelecer cooperação internacional de forma autônoma.
A posição da Rússia foi ainda mais enfática. O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, condenou a apreensão de embarcações petroleiras por forças norte-americanas e classificou o bloqueio naval imposto à costa venezuelana como “um claro ato de agressão”.
Nebenzya responsabilizou Washington pelas “consequências catastróficas” para a população venezuelana e descreveu a conduta dos EUA como um comportamento “de caubói”.

