O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem demonstrado insatisfação com a condução do atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a quem ajudou a viabilizar politicamente para o cargo. Segundo relatos de bastidores, Lira avalia que Motta não tem seguido orientações previamente combinadas e estaria concentrando decisões em um grupo restrito de líderes partidários.
Entre os parlamentares mais ouvidos pelo atual presidente estaria o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), apontado como uma das principais influências no funcionamento da Câmara neste momento. Aliados de Lira afirmam que Motta não tem ampliado o diálogo com os demais deputados nem exercido uma articulação política mais abrangente, o que tem gerado insatisfação interna.
A leitura de aliados do ex-presidente da Casa é que Hugo Motta enfrenta dificuldades para controlar a pauta e construir consensos, aumentando o desgaste dentro do Parlamento. A relação entre Lira e Motta, antes marcada por alinhamento político, passou a ser descrita como distante e fria.
O ambiente de tensão é agravado pelo avanço de investigações da Polícia Federal que apuram o desvio de emendas parlamentares e a possível ligação desses recursos com esquemas de lavagem de dinheiro. Parte das apurações já chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que acompanha cerca de 40 mil emendas sob suspeita.
Alagoas figura entre os estados citados no mapeamento das investigações, especialmente em casos envolvendo repasses que teriam sido centralizados em caixas únicos de prefeituras. O avanço das apurações tem provocado apreensão entre parlamentares e lideranças partidárias.
Nos bastidores do Congresso Nacional, a expectativa é de que novas operações policiais ocorram nas próximas semanas, o que pode aprofundar ainda mais o clima de instabilidade política na Câmara dos Deputados.
As informações são do jornalista Voney Malta, do portal Cada Minuto.

