O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta quarta-feira (26) que não tem conseguido contato com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo ele, o clima ficou tenso após a escolha de Jorge Messias para o STF (Supremo Tribunal Federal).
A indicação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contrariou setores do Senado que defendiam o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), preferido de Alcolumbre. “Ele [Alcolumbre] não quer falar comigo. Não sei o motivo”, declarou Wagner à CNN. O senador disse ainda acreditar que Lula deverá buscar uma conversa direta com o presidente do Senado para tentar aliviar o desgaste.
Messias, atual advogado-geral da União, teve sua sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) marcada para 10 de dezembro. Jaques Wagner considera o prazo “muito apertado” e reconhece que a base governista terá de intensificar as articulações. “Precisa conversar com todos. Há uma tensão pela decisão do presidente [Lula]. Muitos defendiam Rodrigo [Pacheco]. Acho o calendário realmente apertado”, afirmou.
A data foi definida após acordo entre Alcolumbre e o presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA). Inicialmente, aliados do governo esperavam que a análise ficasse para fevereiro, o que daria mais tempo para conquistar apoio no Senado. Otto, no entanto, admitiu que o cronograma pode mudar, já que o governo ainda não enviou a mensagem oficial com a indicação — embora o nome de Messias já tenha sido publicado no Diário Oficial.
“Pensei que a mensagem tinha sido enviada. Fiz um calendário e ele caiu por terra”, explicou o presidente da CCJ.
Enquanto isso, Messias iniciou, na terça-feira (25), a tradicional rodada de visitas a gabinetes — o chamado “beija-mão” — para apresentar suas credenciais e buscar apoio entre os parlamentares. Ele foi indicado para ocupar a vaga deixada pela aposentadoria de Luís Roberto Barroso e precisará ser aprovado tanto pela CCJ quanto pelo plenário do Senado.

