Desde que a Delegacia Especial dos Crimes contra Vulneráveis Yalorixá Tia Marcelina foi criada, em 2022, as denúncias de casos de intolerância religiosa e violências contra praticantes de matriz africana saltaram de 9 para 29, de acordo com dados da Polícia Civil de Alagoas.
A delegacia funciona no Complexo de Delegacias Especializadas, no bairro Mangabeiras, e dispõe de uma equipe multidisciplinar — formada por policiais civis, psicólogos e assistentes sociais — dedicada ao acolhimento e à investigação desses crimes.
Uma das atendidas pela delegacia foi Mãe Nadja Cabral, Ekedy de Oxum, artesã e presidente da Undeke Alagoas. “Fui humilhada, agredida e excluída só por usar um turbante. Minha religião não é moeda de troca. Quem me ama precisa aceitar minha fé, meus turbantes e meu trabalho pelo meu povo”.
A intolerância religiosa é prevista como crime na Lei nº 7.716/1989. Registrar a ocorrência é fundamental para que os casos sejam apurados pela Polícia Civil e encaminhados à Justiça.

