O deputado Eduardo Bolsonaro reagiu ao anúncio do presidente Donald Trump sobre a redução de 10% nas tarifas aplicadas a produtos brasileiros, acusando o governo Lula de divulgar uma “fake news”. Ele ressaltou que a maior parte dos produtos vendidos aos Estados Unidos ainda sofre uma sobretaxa de 40%. A declaração foi feita em resposta a uma postagem do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), sobre a medida.
Em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro afirmou que a redução não representa um benefício específico ao Brasil. “Os Estados Unidos estão retirando 10% de tarifas que ele colocou no mundo inteiro, que envia para ele produtos como café, carne, entre outros. Então, por um problema interno dos Estados Unidos, eles estão reduzindo essa tarifa, provavelmente, precisando baratear esse preço para o consumidor norte-americano”, explicou o parlamentar.
O deputado também criticou o Itamaraty e o governo brasileiro, citando interferências de Alexandre de Moraes em empresas americanas e alegando falta de transparência na eleição presidencial de 2022. Segundo ele, esses fatores contribuem para que o Brasil continue sujeito à tarifa de 40% sobre seus produtos nos EUA.
Para Eduardo Bolsonaro, novos cortes nas tarifas americanas dependem de movimentações políticas internas, incluindo a anistia de Jair Bolsonaro e de outros presos pelos atos de 8 de janeiro. Ele associou a concessão de benefícios comerciais à resolução dessas pendências políticas.
Segundo o parlamentar, a retirada de 10% da tarifa aplicada globalmente não altera a desvantagem do Brasil em relação a outros países que exportam para os Estados Unidos. “Querem resolver o problema? Comecem aprovando a anistia. Se o governo Lula estivesse preocupado em resolver o problema, ao invés de colocar fake news vendendo vitória onde há somente derrota, estaria apoiando a anistia e trabalhando pelo fim da perseguição”, concluiu.
Coação
Na sexta-feira (14), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu acolher a denúncia da Procuradoria-Geral da República, transformando Eduardo Bolsonaro em réu pelo crime de coação no curso do processo.
O relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, destacou em seu voto que o deputado teria atuado de forma a gerar instabilidade institucional e social no país.
Segundo Moraes, Eduardo Bolsonaro teria negociado com o governo dos Estados Unidos a aplicação de sanções contra autoridades brasileiras, bem como medidas econômicas prejudiciais ao Brasil, configurando, assim, a coação no curso do processo.