A Justiça da Itália agendou para 27 de novembro a audiência que vai avaliar o pedido de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP, atualmente sem mandato), detida em Roma desde julho. Ela deixou o Brasil para escapar do cumprimento de pena por crimes como invasão de sistema público e emissão de um mandado falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A sessão ocorrerá às 13h no horário local (9h em Brasília) na Corte de Apelação de Roma. O Ministério Público italiano fará a primeira manifestação, seguido pelos representantes do governo brasileiro e pela defesa da deputada. Zambelli também poderá se pronunciar, caso queira. Após a audiência, os juízes deliberarão e divulgarão a decisão nos dias seguintes.
Em outubro, o Ministério Público da Itália já havia se posicionado a favor da extradição, afirmando que os requisitos legais foram cumpridos e que não há impedimentos. O tratado firmado entre Brasil e Itália determina que os crimes imputados devem prever pena de prisão em ambos os países e que o direito de defesa tenha sido assegurado no país de origem.
A defesa da parlamentar, conduzida pelo advogado Pieremilio Sammarco, pretende argumentar que ela é vítima de perseguição política. Mesmo após o julgamento na Corte de Apelação, ainda caberá recurso. A decisão final sobre a extradição será do Ministério da Justiça italiano.
No Brasil, Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pela invasão do sistema do CNJ e pela emissão do mandado falso. Na Itália, recebeu mais uma pena de 5 anos por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. As duas condenações integram o mesmo processo de extradição.
Desde que foi presa, a deputada teve dois pedidos rejeitados pela Justiça italiana: um para responder ao processo em liberdade e outro para cumprir prisão domiciliar. As cortes italianas consideraram haver risco de fuga e mantiveram Zambelli detida no presídio de Rebibbia, em Roma.

