O Conselho Universitário da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) aprovou, por unanimidade, a criação de uma política de cotas raciais e sociais destinada a pessoas negras, quilombolas e indígenas nos cursos de graduação. A decisão foi tomada durante uma reunião realizada nessa terça-feira (11) e marca um avanço nas políticas de inclusão da instituição.
De acordo com a nova resolução, 50% das vagas do Processo Seletivo de Acesso aos Cursos de Graduação (Prosel) serão reservadas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio e os últimos quatro anos do ensino fundamental em escolas públicas.
Dentro desse percentual, metade das vagas será destinada a candidatos de baixa renda, pertencentes a famílias com renda per capita de até um salário mínimo. As oportunidades serão distribuídas entre pretos, pardos, indígenas e quilombolas, conforme a classificação do IBGE.
A universidade ainda vai realizar novas reuniões para definir os critérios detalhados da política, como a formação de bancas de heteroidentificação e outras medidas operacionais. A previsão é que a política entre em vigor no final de 2026, permitindo o ingresso dos primeiros alunos cotistas no ano letivo de 2027.
A iniciativa atende a uma recomendação conjunta do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público de Alagoas (MPAL) e da Defensoria Pública Estadual, que solicitaram a adoção de cotas raciais nas universidades estaduais. Além disso, a nova resolução institui o Critério de Inclusão Regional, estabelecido pela Lei Estadual nº 9.365/2024, garantindo bônus de 10% na nota final dos candidatos residentes em Alagoas — aplicado à média obtida no Enem ou em outros processos seletivos.

