Fonte: Correio da Rua – Serginho Alencar
As cartas ainda não estão totalmente na mesa, mas o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), desponta como o “melé” — o coringa — do baralho político alagoano. Assim como nos jogos de cartas tradicionais do Nordeste, em que o “melé” pode assumir qualquer valor para formar a melhor combinação, JHC se posiciona como o jogador capaz de alterar os rumos da disputa em 2026.
Com forte base eleitoral na capital e influência crescente em outras regiões, o prefeito mantém em aberto suas próximas jogadas. Caso decida disputar o Governo do Estado, o embate com o ministro dos Transportes, Renan Filho, poderia repetir a rivalidade de um clássico entre CSA e CRB, segundo analistas políticos.
Reconhecido por uma gestão inovadora e arrojada à frente da Prefeitura de Maceió, JHC é um dos principais nomes da chamada “nova política” em Alagoas. De acordo com dados do TRE-AL de julho de 2024, os 13 municípios que compõem a Grande Maceió — Maceió, Rio Largo, Marechal Deodoro, Barra de Santo Antônio, Pilar, Paripueira, Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte, Satuba, Messias, Atalaia, Barra de São Miguel e Flexeiras — somavam cerca de 800 mil eleitores. Um desempenho expressivo nessa região poderia colocá-lo em vantagem decisiva em uma disputa estadual.
Em outro cenário, caso escolha concorrer ao Senado, JHC também embaralharia as peças do tabuleiro político local, reduzindo o espaço para nomes como Alfredo Gaspar, Davi Filho, Ítalo Bonja e até Arthur Lira. Isso porque, com JHC de um lado e Renan Calheiros do outro, o campo de disputa ficaria praticamente fechado, levando outros postulantes a repensarem suas estratégias.
A possibilidade de permanecer na prefeitura é vista como remota. Historicamente, a decisão de não disputar cargos maiores costuma levar ao enfraquecimento político — casos como os de Rui Palmeira e Cícero Almeida são frequentemente citados como exemplo.
Ainda assim, permanecer no cargo poderia fortalecer a base de aliados de JHC, impulsionando candidaturas proporcionais e a reeleição de sua mãe, a senadora Eudócia Caldas. Há também quem enxergue uma jogada mais ousada: o lançamento do nome da primeira-dama, Marina Candia. Carismática e em ascensão, Marina já aparece bem posicionada em pesquisas, disputando espaço com figuras tradicionais como Renan Calheiros, Alfredo Gaspar, Davi Filho e Arthur Lira.
Em um cenário nacional, JHC também tem sido citado em conversas de bastidores como possível nome para compor uma chapa de centro-direita à Presidência da República, ao lado de lideranças como ACM Neto, Ciro Nogueira, Raquel Lyra e Ciro Gomes.
Independentemente do caminho que escolher, JHC parece jogar com cartas fortes. E, ao contrário dos blefes típicos de um jogo de truco, sua estratégia se mostra calculada, direta e com impacto real no xadrez político de Alagoas.













